Junho começou com aquecimento nas vendas de carros zero-quilômetro. Na primeira metade deste mês, foram comercializados 167,9 mil automóveis e comerciais leves, volume 7,85% superior ao da quinzena inicial de maio (155,6 mil), de acordo com levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), com base no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores). Somando caminhões e ônibus, foram 176 mil veículos vendidos, 7,57% mais que no início do mês anterior.

No entanto, a melhora ocorreu, entre outros fatores, pelo fato de que o feriado do 1º de maio, que caiu em uma quarta-feira, influiu para reduzir o volume comercializado naquele mês. “O mês passado começou mesmo dia 6”, afirma o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos Automotores no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo.

Além disso, no primeiro semestre, houve lançamentos (como o do New Fiesta, o HB20 sedã, o Chevrolet Prisma e o novo Peugeot 208) que ajudaram a atrair o consumidor. “Brasileiro adora novidades, esse é o outro fator que alavanca vendas”, observa o consultor Julian Semple, da Carcon Automotive.

Não foi só isso, avaliam lojistas. “As montadoras fizeram feirões e colocaram taxa zero (do financiamento) para diversas linhas, era para ser pior”, citou o gerente de vendas Marcos Capuano, de concessionária Chevrolet em São Caetano. Ele vê sinais de que o consumidor está ficando mais cauteloso para fechar negócios.

Avaliação semelhante tem Edneia Vedovatto, gerente de vendas de revenda Volkswagen em São Bernardo. Ela avalia que a insegurança em relação ao cenário da economia, por causa do aumento da inflação, pode atrapalhar a efetivação de vendas.

Edneia acrescenta que no sábado, dia de jogo do Brasil contra o Japão na Copa das Confederações, a loja ficou vazia, pois as pessoas estavam mais interessadas em ver a disputa. “Se os outros dias forem como foi o sábado, vai ser péssimo”, disse.

DIFERENÇA MENOR - No acumulado do ano, até agora, as vendas de veículos têm crescimento de 7,17% ante mesmo período de 2012. Para Vallejo, a tendência é que, a partir deste mês, esse percentual se reduza. Isso porque a partir do fim de maio do ano passado entrou em vigor a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros, para incentivar as compras de veículos.

O dirigente prevê que, no fechamento de 2013, o setor deve registrar crescimento de 3% a 3,5% em relação aos números do ano anterior. Semple também espera desaceleração no ritmo e projeta volume comercializado 4% maior neste ano.

Preços de automóveis estão praticamente estáveis neste ano

Os preços dos carros zero-quilômetro estão praticamente estáveis neste ano. Pesquisa da Autoinforme aponta crescimento médio de 0,94% nos valores dos automóveis, do início do ano até agora.

O levantamento mostra ainda que, em maio, houve recuo de 0,58%, na média. A redução chegou em algumas marcas a 7%.

Das quatro marcas tradicionais, apenas a GM teve alta em maio (de 0,32%). Já os preços dos carros da Fiat caíram 0,13%, os da Volkswagen, 0,51% e os da Ford tiveram queda média de preço de 3,01%.

Os veículos importados de Bentley, Smart, MG e Audi foram as marcas que tiveram as maiores quedas no mês – respectivamente recuos de 7,85%, 7,20%, 4,89% e 4,25%. A Hyundai, ao contrário, foi a que teve os principais aumentos de preços. Subiram, em média, 1,28% no mês passado. Mercedes-Benz, Renault e Ssangyong também tiveram elevação de preço – pela ordem, altas de 0,79%, de 0,43% e de 0,38%.