Política Titulo Após rebeldia
CPI da Craisa ameaça trocar Bispo Ronaldo

Com tentativa frustrada de ser presidente, vereador se coloca contrário ao processo de apuração

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
07/06/2013 | 07:15
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Integrantes da CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) ameaçam substituir o vereador andreense Bispo Ronaldo de Castro (PRB) na comissão. A justificativa: rebeldia. Houve desentendimento entre os demais seis componentes e o parlamentar governista, que bate o pé para ocupar um dos dois postos de destaque na formação (presidência ou relatoria). Após aprovar requerimento em plenário, o religioso, inclusive, pediu para retificar o voto.

Ronaldo alegou que o sufrágio positivo foi computado aleatoriamente na Casa na sessão de terça-feira. Apesar da impossibilidade de alterar o posicionamento, ontem, no microfone, ele manifestou-se publicamente contrário à proposta que anula a antiga comissão e forma outra, tendo o vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), como presidente e Ailton Lima (PTB) no cargo de relator. “Pelo regimento interno tenho o direito de registrar. Vamos esperar a decisão do juiz.”

A CPI ficou suspensa por ordem judicial durante um mês. A Justiça determinou a paralisação dos trabalhos ao considerar ação impetrada pelos parlamentares governistas, entre eles Ronaldo, Montorinho e José de Araújo (PMDB). Contudo, ainda não julgou o mérito. O religioso solicitou a retirada de seu nome no processo, entrando com procuração no Fórum. Por outro lado, compareceu à primeira reunião ontem da CPI, mesmo com chance de renunciar, mas não assinou a ata do encontro.

Araújo argumentou que Ronaldo foi escolhido para colaborar com a investigação, só que tende a ser trocado caso continue atrapalhando o andamento. “Ele não consegue emperrar a CPI. Portanto, a partir do momento em que tenta tumultuar pode ser substituído”, retrucou o peemedebista, negando qualquer tipo de pacto com o religioso para abrir espaço na presidência. “Nunca houve esse acordo. Ele queria ser presidente, porém presidente é eleito e não imposto.”

A ata designando a composição conterá, deste modo, a adesão do sexteto e será encaminhada cópia à mesa diretora pedindo a anulação da portaria anterior. Em contrapartida, o presidente do Legislativo, Donizeti Pereira (PV), discordou da postura adotada pela comissão – linha agora seguida por Ronaldo. Único a votar contra o requerimento, o verde avaliou que o documento aprovado não tem legitimidade pelo fato de a CPI estar sub judice. Com isso, aguarda resposta do departamento técnico.

Se tomada a atitude pelo presidente, os componentes da CPI prometem, conforme relatado em ata, extinguir a ação na Justiça e manter a composição formada por acordo entre as partes – o vereador Toninho de Jesus (DEM) abriu mão da presidência em favor do PT. Próximo de migrar para a MD (Mobilização Democrática), o democrata está próximo do prefeito Carlos Grana (PT). Atualmente, somente Ailton Lima possui posicionamento de independência em relação ao governo.

A atuação da CPI será tratada na segunda reunião, ainda sem data marcada, mas certamente na próxima semana. A expectativa é que sejam apurados os balanços de 2013 para exercícios anteriores, colocando o alvo na gestão da Craisa sob o governo Aidan Ravin (PTB). “Nesse encontro vamos definir a linha de trabalho e apontar as primeiras pessoas convidadas a depor.”




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