Com tentativa frustrada de ser presidente, vereador se coloca contrário ao processo de apuração
Integrantes da CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) ameaçam substituir o vereador andreense Bispo Ronaldo de Castro (PRB) na comissão. A justificativa: rebeldia. Houve desentendimento entre os demais seis componentes e o parlamentar governista, que bate o pé para ocupar um dos dois postos de destaque na formação (presidência ou relatoria). Após aprovar requerimento em plenário, o religioso, inclusive, pediu para retificar o voto.
Ronaldo alegou que o sufrágio positivo foi computado aleatoriamente na Casa na sessão de terça-feira. Apesar da impossibilidade de alterar o posicionamento, ontem, no microfone, ele manifestou-se publicamente contrário à proposta que anula a antiga comissão e forma outra, tendo o vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), como presidente e Ailton Lima (PTB) no cargo de relator. “Pelo regimento interno tenho o direito de registrar. Vamos esperar a decisão do juiz.”
A CPI ficou suspensa por ordem judicial durante um mês. A Justiça determinou a paralisação dos trabalhos ao considerar ação impetrada pelos parlamentares governistas, entre eles Ronaldo, Montorinho e José de Araújo (PMDB). Contudo, ainda não julgou o mérito. O religioso solicitou a retirada de seu nome no processo, entrando com procuração no Fórum. Por outro lado, compareceu à primeira reunião ontem da CPI, mesmo com chance de renunciar, mas não assinou a ata do encontro.
Araújo argumentou que Ronaldo foi escolhido para colaborar com a investigação, só que tende a ser trocado caso continue atrapalhando o andamento. “Ele não consegue emperrar a CPI. Portanto, a partir do momento em que tenta tumultuar pode ser substituído”, retrucou o peemedebista, negando qualquer tipo de pacto com o religioso para abrir espaço na presidência. “Nunca houve esse acordo. Ele queria ser presidente, porém presidente é eleito e não imposto.”
A ata designando a composição conterá, deste modo, a adesão do sexteto e será encaminhada cópia à mesa diretora pedindo a anulação da portaria anterior. Em contrapartida, o presidente do Legislativo, Donizeti Pereira (PV), discordou da postura adotada pela comissão – linha agora seguida por Ronaldo. Único a votar contra o requerimento, o verde avaliou que o documento aprovado não tem legitimidade pelo fato de a CPI estar sub judice. Com isso, aguarda resposta do departamento técnico.
Se tomada a atitude pelo presidente, os componentes da CPI prometem, conforme relatado em ata, extinguir a ação na Justiça e manter a composição formada por acordo entre as partes – o vereador Toninho de Jesus (DEM) abriu mão da presidência em favor do PT. Próximo de migrar para a MD (Mobilização Democrática), o democrata está próximo do prefeito Carlos Grana (PT). Atualmente, somente Ailton Lima possui posicionamento de independência em relação ao governo.
A atuação da CPI será tratada na segunda reunião, ainda sem data marcada, mas certamente na próxima semana. A expectativa é que sejam apurados os balanços de 2013 para exercícios anteriores, colocando o alvo na gestão da Craisa sob o governo Aidan Ravin (PTB). “Nesse encontro vamos definir a linha de trabalho e apontar as primeiras pessoas convidadas a depor.”
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