Claúdio Conz Titulo Cenário
Tecnologia da informação destrutiva
Claudio Conz
06/06/2013 | 07:00
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 O mundo mudou e cada vez se transforma mais rápido. Com o advento das novas tecnologias, surgem novas formas de negócio, que nos deixam perplexos com a relação entre os valores de bens concretos e o valor da informação. Chegamos a um estágio do capitalismo que a volatilidade das ações empreendedoras e a rapidez com que acontecem, se concretizam e se valorizam impressiona. Isso tem um lado positivo, mas também pode gerar muitos danos à sociedade. Li um artigo há alguns dias sobre o novo livro do JaronLanier e alguns dados me impressionaram. O autor citava que o principal jornal de Boston, chamado Boston Globe, emprega 470 pessoas. Seu dono é o New York Times, que o adquiriu em 1991 por US$ 1,1 bilhão. Algumas propostas estão sendo estudadas pelo Times e os palpites dos analistas apontam que o jornal aceitaria ofertas de até US$ 80 milhões. Enquanto isso, o Yahoo comprou o tumblr, plataforma de microblogs, com 178 funcionários pelo mesmo US$ 1,1 bilhão.

Fazendo outra comparação, quando a Kodak era líder da indústria da fotografia, tinha mais de 140 mil funcionários e valia US$ 28 bilhões. No ano passado, o Instagram foi vendido para o Facebook por US$ 1 bilhão e tinha apenas 13 empregados. Vi que agora você arregalou seus olhos e se perguntou o que está acontecendo com os modelos de negócio tradicionais. Vemos a classe média e os empregos ameaçados por novo tipo de empresa, são as chamadas startups.

NOVIDADE - Startup é uma empresa com histórico operacional limitado, ou seja, poucos funcionários. São firmas novas no mercado ou em fase de desenvolvimento e pesquisa. Elas envolvem inovação e geralmente oferecem risco no negócio justamente por estarem implantando ideias novas, que não se sabe se vão ‘pegar’ ou não. Mas, quando pegam, pegam para valer.

Geralmente, são empreendimentos com baixos custos iniciais e altamente escaláveis, pois possuem expectativa de crescimento grande. Alguns exemplos de startups são Google, Facebook, Peixe Urbano, Instagram, tumblr, e por aí vai. Elas explodem geralmente na internet porque é muito mais barato criar empresa de software do que indústria, mas também podem acontecer off-line. O valor destas empresas em bilhões de dólares reflete as escolhas feitas pelas pessoas. Afinal, a ideia inovadora precisa passar a fazer parte da nossa vida. Isso valoriza a startup. Há controvérsias com relação a muito dinheiro nas mãos de poucos. Afinal, quanto vale a informação?

Vemos neste modelo poder devastador de destruir a classe média e emprego estável, numa economia que concentra poder de maneira sem precedentes nas mãos de poucos. Vemos que esses novos negócios, que geram dinheiro para minoria, podem acabar colaborando sobremaneira para hiperdesemprego.

FUTURO - Será que não é a hora de pararmos para avaliar este cenário futuro, em que a economia da informação dispensa as pessoas? Como representante do varejo, coloco esta questão para avaliarmos. Afinal de contas, a perda do emprego e a diminuição da renda nos afetam diretamente. Ao mesmo tempo, a falta de lojas físicas com pessoas trabalhando, que é uma tendência fortemente relacionada a esses novos tipos de negócio que envolvem a internet, também afeta a construção. Até que ponto lojas virtuais, startups e novos tipos de negócio tornam os negócios tradicionais desnecessários e até os projudicam?

O que quero para a nosso sociedade nesta era da informação é economia da informação não destrutiva, mas sim democrática e com oportunidades para todos.




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