Ex-prefeiturável, o secretário de Cultura de Santo André, Raimundo Salles (PDT), confirmou ontem as conversas adiantadas para se filiar na MD (Mobilização Democrática), partido perto da criação junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fruto da fusão entre PPS e PMN. Com a homologação, o pedetista será o presidente do diretório municipal. Ele mantém tratativas frequentes com o deputado estadual popular-socialista Alex Manente para viabilizar a migração.

Salles reconheceu a negociação próxima com pelo menos três vereadores dentro desse contexto político. “É possível (trazer um trio)”, adiantou, sem revelar nomes. O ex-prefeiturável sustentou que “poderia ter mais” parlamentares agrupados na toada, só que o problema para fechar a chapa proporcional ao processo eleitoral de 2016 limita acordo por novas adesões. “Sou bom formador de chapa, já pensando no próximo (pleito). Ninguém vai ficar em lugar (sigla) que haja dificuldade em se reeleger.”

Os vereadores Cosmo do Gás, Sargento Lobo, ambos do PDT, e Toninho de Jesus (DEM) seriam os potenciais quadros na mesa de apostas a entrar na jogada. Caso esse cenário seja concretizado, o prefeito Carlos Grana (PT) conseguiria, teoricamente, ampliar a base de sustentação do governo para 14 integrantes, contabilizando com o hoje democrata. Toninho abriu mão da presidência da CPI da Craisa e tem diminuído o tom de críticas ao Paço nas últimas semanas.

O ex-prefeiturável prevê que a homologação da MD tende a ocorrer no prazo de no máximo dois meses. Segundo Salles, o fato que pesa para sua filiação passa pela relação com Alex e a articulação interna facilitada por ser nova agremiação. “Teria condições de construir proposta que pareça mais com minhas ideias e naquilo que penso. Fundamentalmente é isso.”

O secretário rechaçou “completamente” a chance de postular vaga de deputado em 2014 – há ajuste com Grana para todo o secretariado permanecer no cargo nos quatro anos de mandato. “Não serei candidato. Pode escrever.” Salles recebeu convite para coordenar a campanha de Alex na disputa por cadeira na Câmara Federal e mostrou-se propenso a aceitar a proposta. “Estou pensando na hipótese. Sou muito amigo dele e já defini que vou apoiar a sua candidatura a deputado federal.”

BALANÇO

Ao utilizar a tribuna da Câmara, o ex-prefeiturável frisou a economia firmada pela Pasta nesses cinco meses de gestão em relação ao ano passado. “Em 2012, se consumiu R$ 5,2 milhões e fizeram 84 atividades (na administração Aidan Ravin, PTB). No mesmo período de 2013, gastamos R$ 2,2 milhões. São 58,4% a menos e produzimos 580 ações.”