Economia Titulo Poder de compra
Inflação dá trégua e tem menor resultado em maio desde 2010
Pedro Souza
04/06/2013 | 07:45
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Os preços deram alívio para o bolso do consumidor. Subiram 0,32% em média no mês passado. Neste ano, foi o menor percentual mensal. Em relação ao passado, é a menor inflação de maio para as famílias com renda entre um e 33 salários-mínimos, desde 2010. Naquele ano, o resultado foi de 0,21%.

 A inflação foi divulgada ontem pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), por meio do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor-Semanal), com coleta entre 1º e 31 de maio e comparado com os resultados do mês anterior.

 Segundo o professor e pesquisador do Ibre/FGV Paulo Picchetti, a menor inflação vem em boa hora. “É um resultado positivo na medida que está dando início a um ciclo de desaceleração.” Ele acredita que 2013 encerre com alta acumulada de 5,7%. Hoje, em 12 meses encerrados em maio, está em 5,96%.

 O tomate foi um dos cinco gastos que mais contribuíram para a inflação ficar em patamar menor. O produto apresentou deflação de 9,25% em maio. Mas ele esconde um fardo dos meses passados. Mesmo com queda de quase 10%, tem inflação acumulada de 138% em 12 meses, destacou Picchetti. “Mesmo com recuos grandes, no acumulado está muito alto e bem distante dos patamares de preços do mesmo período do ano passado.”

 Também está na lista a tarifa de ônibus urbano, que na média pesou 1,34% a menos no bolso do consumidor. Porém, neste mês esse item deve subir. Ontem, o bilhete dos trens metropolitanos da Grande São Paulo aumentou de R$ 3 para R$ 3,20. A tarifa de eletricidade residencial caiu 1,11%, o preço médio da gasolina encolheu 0,48% e a tangerina mexerica ficou 24,31% mais barata.

 Considerando os grandes grupos de gastos, apenas os transportes apresentaram deflação, de 0,19%. Mas outros itens importantes no orçamento familiar tiveram desaceleração. Foi o caso do grupo alimentação, que passou de inflação de 0,95% em abril para 0,36% em maio. Habitação seguiu o mesmo caminho, passando de 0,47% para 0,39%. Saúde e cuidados pessoais desacelerou de 1,26% para 0,72%, e despesas diversas, de 0,23% para 0,20%.

 Por outro lado, as roupas tiveram encarecimento médio. O grupo vestuário passou de inflação de 0,82% para 0,92%. Educação, leitura e recreação mudou de queda de 0,49% para alta de 0,28%. E o comunicação, de -0,35% para 0,10%.

 Como principais influências positivas nos preços, figuraram as refeições em bares e restaurantes (0,57%), a mão de obra para reparos em residência (1,78%), o aluguel residencial (0,59%) e o mamão papaya (20,44%). O leite tipo longa vida completa a lista dos vilões. Demonstrou inflação de 3,47% em maio. Porém, Picchetti avaliou que os preços estão subindo por uma pressão de entressafra da bebida e não há perspectiva de manutenção de inflações acentuadas nos próximos meses até o fim do ano.

Dedicação e pesquisa ajudam manter o poder de compra

É possível driblar os golpes da inflação no orçamento com uma pitada de dedicação e restrição no consumo, aponta a equipe de economistas da Serasa Experian. Desta maneira, o poder de compra terá menos corrosão no fim do mês, ou seja, o dinheiro das famílias não perderá tanto valor.

 Em primeiro lugar, a dica é pesquisar nos supermercados alimentos substitutos a aqueles cujos preços subiram demais, como trocar feijão por lentilha.

 Outra indicação é pechinchar. Negociar os valores de serviços, ou até mesmo produtos em determinadas lojas, é essencial para segurar a força inflacionária.

 Na hora de utilizar o cartão de crédito, busque pagamentos de fatura integral, ou compras parceladas sem juros e mesmo assim tente negociar os preços. Ao utilizar o plástico, muitas vezes é possível ganhar descontos em cinemas, escolas e restaurantes, por exemplo.

 Por fim, busque medicamentos genéricos com preços menores, já que os remédios estão mais caros. 




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