Fotógrafo Sebastião Ribeiro Salgado Júnior acostumou-se a extrair beleza das agruras humanas
Mineiro de Aimorés, o fotógrafo Sebastião Ribeiro Salgado Júnior acostumou-se a extrair beleza das agruras humanas. Seus trabalhos mais famosos percorreram o mundo ao transformar em arte da melhor qualidade, de beleza imensurável e pungente, instantâneos de trabalhadores rurais sem-terra perdidos na aridez nordestina e das grandes migrações planetárias deflagradas por guerras e fome.
Editados no Brasil pela Companhia das Letras, 'Terra' (1997) e 'Êxodos' (2000) se transformaram em clássicos imediatos da fotografia, graças ao enquadramento perfeito, à composição irretocável, à luz exata, ao momento oportuno do clique e ao charme do registro em preto e branco. Naquele volume, Nordeste brasileiro, interior de venda humilde expõe aos parcos clientes tanto os alimentos da subsistência quanto o caixão funerário para acolher o corpo dos que não resistiram à luta pela sobrevivência – a depender da necessidade momentânea do freguês. De alguma maneira, as fotografias de Sebastião Salgado conseguem captar, e eternizar, o padecimento físico ou espiritual dos homens.
Mas o fotógrafo que sempre flertou com o indigente apresenta agora inflexão radical ao apresentar seu mais recente trabalho. 'Gênesis' (520 páginas, Taschen do Brasil) é resultado de expedição de oito anos aos locais mais inóspitos do globo. O livro traz profusão de paisagens, animais e vegetais em estado selvagem, muito próximo do que teria sido idealizado pelo Criador. Ou, na definição do autor, “a natureza no seu auge”: desertos enormes praticamente intactos, terras geladas do Antártico e do Norte do planeta, vastas extensões de floresta tropical e temperada e cadeias de montanhas de um esplendor que causa profundo respeito pela fauna e pela flora. “A descoberta desse mundo virgem e de grande beleza foi a experiência mais gratificante da minha vida”, resume o fotógrafo.
Objeto de desejo
Brilhante
O preço de determinados livros da Taschen equivale ao de verdadeiras joias. Uma das 125 exclusivíssimas cópias da coletânea de trabalhos do fotógrafo norte-americano Peter Beard, por exemplo, pode ser adquirida por US$ 18 mil. Em reais, pouco mais de R$ 36 mil na cotação de sexta-feira. De brinde, um autógrafo do autor.
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