Esportes Titulo Verdão e Azulão
Chega a hora da
verdade na série B
do Brasileirão

Campeonato reúne 20 times a partir de amanhã;
Azulão e Verdão têm dura missão no Brasileiro

Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
23/05/2013 | 07:05
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Da AE


Começa amanhã a Série B do Campeonato Brasileiro de 2013. O torneio com 20 clubes garante às quatro primeiras colocadas o acesso à elite. A competição será disputada em turno e returno. Por outro lado, os quatro piores classificados estarão rebaixados para a Série C de 2014. Será a hora da verdade, principalmente para Palmeiras e São Caetano, que viveram momentos conturbados recentemente.

O Alviverde, que entra na competição como absoluto favorito após ter sido rebaixado no ano passado, montou boa equipe para a disputa da Libertadores. A eliminação nas oitavas de final diante do Tijuana não desanimou a equipe, que ainda procura por reforços para a Série B. O time conquistou a competição nacional em 2003 e volta a disputá-la após dez anos.

E o Azulão, único representante do Grande ABC no campeonato, está há sete anos na luta pelo acesso. E desde 2007, a melhor colocação da equipe na Segundona foi justamente no ano passado, quando o time somou 71 pontos, obteve a quinta colocação e só não conseguiu subiu por causa dos critérios de desempate.

"No ano passado, nós deixamos de subir por apenas um critério de desempate, no caso, uma vitória a menos que alguns concorrentes. Neste ano, a expectativa é de fazer bom campeonato e garantir o acesso. Queremos ganhar nos pontos desta vez. Foi difícil digerir o que aconteceu conosco. Vamos tentar manter a boa performance de 2012 e subir sem depender de critérios", disse o presidente do Azulão, Nairo Ferreira de Souza.

A edição deste ano será composta por muitos clubes que já foram campeões na história da competição. O Paraná e o Paysandu são os maiores vencedores do torneio. O Tricolor paranaense faturou a Série B em duas oportunidades (1992 e 2000), enquanto que o Papão da Curuzu levantou o título em 1991 e em 2011. O Sport foi o campeão da edição de 1990, o Bragantino em 1989 e o América-MG em 1997.

O favoritismo do Palmeiras pode ser explicado por um motivo além das quatro linhas. Para se ter ideia da disparidade financeira em relação aos rivais, basta analisar o quanto o time vai receber das cotas de TV.

O valor pode chegar a R$ 80 milhões, de acordo com o retorno do pay-per-view. Os outros clubes receberão valor bem abaixo, espipulado em R$ 3,4 milhões, pagos em dez parcelas de R$ 340 mil. Esta quantia é líquida porque são descontados 5% de INSS - previdência social - e 5% de direito de imagem dos jogadores. O valor bruto é de R$ 3,8 milhões.

Entre os favoritos ao acesso também aparecem Sport, Figueirense e Atlético-GO, times que foram rebaixados juntamente com o Verdão no ano passado.

Mesmo com a queda em 2012, o Leão da Ilha recontratou o técnico Sérgio Guedes recentemente e, apesar do vice-campeonato estadual, vem com força total para o torneio. E o time pernambucano foge à regra dos rivais em relação às tais cotas de TV.

Isso porque a equipe possui acordo bilateral com a Rede Globo, detentora dos direitos de imagens, por cota de R$ 20 milhões.

O Figueirense tenta esquecer o Estadual, no qual foi eliminado nas semifinais, e retomar a confiança adquirida em 2011, quando conquistou o acesso inesperado. E o Atlético-GO busca a volta para a elite após três anos consecutivos disputando a Primeira Divisão.

A maioria dos clubes pretende usar os elencos que disputaram os campeonatos estaduais na fase inicial da competição. A Série B e as demais divisões do futebol brasileiro serão interrompidas pelo período de 15 dias para a disputa da Copa das Confederações. Depois da pausa, a tendência é que os clubes voltem a reforçar seus elencos.

O torneio conta com apenas dois campeões estaduais. Ceará e Paysandu são os únicos clubes que triunfaram em seus Estados e entram com essa motivação extra na competição.

No total de clubes participantes, a Série B reúne cinco equipes de São Paulo, quatro de Santa Catarina, duas de Minas Gerais, duas do Rio Grande do Norte e duas do Ceará. Os Estados de Goiás, Paraná, Alagoas, Pará e Pernambuco possuem apenas um representante cada na competição.

São Caetano contrata time e reinicia a luta pelo acesso

Sete anos na Série B do Campeonato Brasileiro e uma incógnita. Será este o ano do tão sonhado acesso do São Caetano? O Azulão, por enquanto, tem se esforçado para isso. Nada menos que um time inteiro, 11 jogadores, foi contratado para que o clube tenha condições de voltar à Série A, de onde saiu na temporada 2006.

Chegaram à agremiação do Grande ABC o goleiro Rafael Santos; os zagueiros Fred, Douglas Grolli e Luiz Eduardo; os volantes Dudu, Wagner e Matheus; os meias Danilo Bueno e Renato Ribeiro; e os atacantes Paulo Henrique e Cassiano Bodini. E não foi só entre os jogadores que as mudanças ocorreram. A diretoria trouxe o técnico Marcelo Veiga, que disputou quatro edições seguidas da competição pelo Bragantino e uma pelo América-RN. Experiente, o treinador analisou como o time do Grande ABC pode conquistar o acesso.

"Teremos 19 jogos em casa. Quero esses pontos. Se conquistarmos essas vitórias, nossas chances de subir para a Série A aumentam bastante. O acesso do São Caetano está aqui dentro de casa. Vencer em nossos domínios é fundamental para quem almeja subir", disse o treinador.

A queda para a Série A-2 do Paulista é vista como passado no clube. Um período em que algumas lições foram aprendidas para que não sejam repetidas. "Temos de apagar a imagem do rebaixamento. Por toda a história que esse clube tem, o acesso é uma prioridade. O São Caetano precisa voltar para o lugar onde todos querem", ressaltou Marcelo Veiga.

Embora as opiniões sejam unânimes em apontar o Palmeiras como um dos times já garantidos na Série A em 2014, o presidente Nairo Ferreira de Souza rechaça a ideia e entende que o Verdão terá a mesma dificuldade dos demais concorrentes.

"Todos têm que jogar da mesma maneira. Não tem ninguém com vaga garantida. Tem de provar dentro de campo. Pode ser Palmeiras ou quem for. Quando o Corinthians e Vasco caíram, subiram de imediato. Mas, hoje, temos Avaí, Figueirense, América de Natal, equipes de ponta em seus Estados e que vão brigar pelo acesso", disse o mandatário.

Dentre os jogadores que ficaram no clube, Rivaldo tem condições de ser o diferencial. Aos 41 anos, o jogador mantém o toque refinado e sua experiência pode ajudar os mais novos.

Em 2012, o Azulão sentiu bem de perto a chance de retornar à Primeira Divisão. O time fez ótima campanha e terminou a competição na quinta colocação, com os mesmos 71 pontos do classificado Vitória, mas não conseguiu o acesso justamente por ter uma vitória a menos que o concorrente nordestino.

Nairo pede apoio da torcida por vaga

A chance que escapou em 2012 não pode vazar novamente pelas mãos do São Caetano. Essa é a palavra de ordem do presidente Nairo Ferreira de Souza. Com o gabarito de quem viveu os melhores momentos da história do clube, ele faz outra vez apelo à torcida para, enfim, o time brigar pelo acesso.

"No ano passado, batemos na trave. Nesta temporada, temos condições de subir. Mas dependemos, entre outras coisas, da nossa cidade, do torcedor ir ao estádio, comparecer, aplaudir. Hoje, a torcida não tem apoiado muito. Estão cobrando, mas não apoiam. Eu acho que tem de encarar com seriedade, encher o estádio, para o jogador estar motivado de fora para dentro. Uma torcida que não comparece, aplaude, é como se fosse jogo fora", lamentou Nairo.

A aposta da equipe é o atacante Danielzinho. Um dos poucos jogadores poupados pela diretoria e pela torcida após o rebaixamento, o jogador é apontado como a principal arma de ataque, e será o responsável pelos gols que podem trazer o time de volta à elite nacional. O dirigente já declarou, de antemão, que não vende nem empresta o matador.

"A gente fica bastante motivado com o respaldo que a diretoria nos deu, mesmo após a queda. Meu trabalho foi bem-visto por todos e isso me dá confiança, mas também aumenta a minha responsabilidade. Espero fazer bom campeonato e recolocar o time na elite", disse Danielzinho.

Palmeiras inicia jornada pelo bicampeonato da Segundona

Sem verba, time que estreia contra o Atlético-GO vai se reforçar de forma gradual no ano

Após 11 anos, o Palmeiras - campeão em sua única participação, em 2003 - volta à dura jornada na Série B do Brasileiro. Embora tenha contratado até o momento apenas dois jogadores - o zagueiro Tiago Alves, ex-Mogi Mirim, e o meia-atacante Serginho, ex-Oeste - para a longa caminhada, que se inicia sábado, diante do Atlético-GO, no Estádio Novelli Júnior, em Itu, às 16h20, o Verdão é apontado favorito ao acesso juntamente com o próprio time do Centro-Oeste, o Sport e o Figueirense.

A alegação da diretoria alviverde para o baixo investimento em reforços é a falta de dinheiro. Com a troca na presidência do clube, no início do ano, e a permanência do técnico Gilson Kleina, a aposta passou a ser no trabalho de longo prazo, para que o clube volte às engrenagens e reviva momentos de glória, como na conquista do bicampeonato paulista e brasileiro (1993-1994), sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, e que tinha jogadores como Veloso, César Sampaio, Antonio Carlos, Zinho, Edmundo e Evair.

Naquela ocasião, o clube tinha como patrocinador a italiana Parmalat. Hoje, por conta do rebaixamento, tem encontrado dificuldades para estampar um nome de peso em sua camisa. Algumas estariam com receio de associar seu nome a um time que disputa a Segunda Divisão.

O clube ainda busca um patrocinador master. O contrato com a montadora Kia terminou no domingo. Ou seja, o uniforme retrô lançado na terça-feira para lembrar o utilizado na década de 1970 não deverá ter logomarca na estreia.

Seja como for, Gilson Kleina terá de lutar com as armas que tem para devolver o clube à elite do Brasileiro. A tarefa não será fácil, já que os concorrentes também se reforçaram para o torneio.

Zagueiro Vilson relembra eliminações

O zagueiro Vilson não esconde a ansiedade pelo início da disputa da Série B. Para ele, as eliminações na Libertadores, diante do Tijuana, e no Paulistão, contra o Santos, devem servir de lição e motivação para a equipe no Nacional. O defensor diz que o revés nos dois torneios mostra ao grupo como terá de entrar na disputa.

"O Paulista e a Libertadores serviram de lição. Vimos a pegada da Libertadores e que o futebol está muito competitivo. Não vai ser diferente na Série B do Brasileiro", calcula o zagueiro.

O time iniciou o ano sob desconfiança. De lá para cá, contratou 12 jogadores e, apesar das dificuldades, o Gilson Kleina conseguiu levá-lo às fases de mata-mata da Libertadores e do Paulista.

O Verdão busca reforços pontuais. A avaliação é de que as eliminações apontam que a equipe precisa se reforçar em algumas posições.

Mesmo assim, o presidente Paulo Nobre garante apoio a quem está no time. "É bom contar com essa confiança da diretoria. Assim que cheguei, técnico e presidente me passaram apoio. O grupo também fez isso e resgatamos o apoio do torcedor com grandes partidas", disse Vilson, contratado no começo do ano em negociação envolvendo a ida de Barcos para o Grêmio.




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