Esportes Titulo Copa do Brasil
Ramalhão se apega à
história para seguir vivo

Time precisa vencer o Goiás por dois gols
de diferença para avançar na Copa do Brasil

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
15/05/2013 | 07:17
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Nario Barbosa/DGABC


A missão não é nada fácil: encarar time recém-promovido à Série A do Brasileiro, fora de casa e necessitando de vitória por no mínimo dois gols de diferença para continuar na disputa - triunfo por um gol de diferença a partir de 4 a 3 também garante a vaga e por 3 a 2 leva a disputa às penalidades. Ciente disso, o Santo André encara o Goiás, às 19h30, no Serra Dourada, no duelo de volta da segunda fase da Copa do Brasil. No primeiro encontro, os goianos venceram (3 a 2) no Bruno Daniel e, para seguir vivo, o Ramalhão remete a antigas experiências no intuito de surpreender e avançar na competição nacional.

È um confronto foi eleito por dois dos mais andreenses do grupo - o técnico Dedimar e o volante Ramalho - como o principal exemplo de que é possível: a semifinal da Copa do Brasil de 2004, contra o XV de Novembro de Campo Bom. No primeiro jogo, no Pacaembu, o Santo André perdia por 4 a 1 e diminuiu para 4 a 3.

"O Santo André é um clube que tem essa tradição de reverter situações, buscar, lutar até o fim. Não é fácil, mas não podemos desistir. E pela situação, aquele primeiro jogo contra o XV de Campo Bom é o que mais me lembro. Perdíamos por 4 a 1 quando entraram o Tássio e o Makanaki. Fizemos o segundo e o terceiro gols e lá (Sul) buscamos o resultado", relembrou Ramalho.

No segundo duelo diante dos gaúchos, no Sul, a equipe ficou atrás no placar, mas dois gols de Sandro Gaúcho e um de Makanaki colocaram o time na decisão contra o Flamengo - o final, todos já sabem: campeão em pleno Maracanã. "O XV de Campo Bom tinha um time muito difícil de se bater e conseguimos. Era situação muito complicada, as esperanças eram menores do que tivemos na final contra o Flamengo, porque realmente tinham um conjunto formidável", emendou Dedimar, que ainda fez uma comparação: "O gol do Gustavo aqui, no fim, contra o Goiás, relembra o do Makanaki naquele segundo jogo do XV. A diferença é que um nos deu esperanças e o outro a vaga."

A intenção ramalhina para a partida é saber utilizar o clima favorável pelo qual o clube passa. Sem outra competição simultânea - enquanto o Goiás disputa a final do Estadual, contra o Atlético-GO - o Santo André vive dias descontraídos, como o rachão de ontem, antes do embarque para o Centro-Oeste, demonstrou. E é em cima disso que o técnico Dedimar deposita as fichas. "Absolutamente. Com todas as letras maiúsculas: ambiente bom no grupo pode nos conduzir a voos mais altos. Confio, acredito neles (jogadores) e sei que teremos resposta boa.

Força total para consolidar a vaga

O Goiás empatou com o Atlético-GO, domingo, por 0 a 0, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Goiano. O segundo e decisivo confronto será no fim de semana. Antes disso, porém, tem o duelo de hoje contra o Santo André, no qual o técnico Enderson Moreira não vai poupar atletas. Pelo contrário, utilizará tudo o que tem de melhor, inclusive com a possibilidade de estrear o atacante Araújo, que teve a situação regularizada pela diretoria junto ao Atlético-MG.

"Ele (Enderson) deixou bem claro logo após o jogo (com o Atlético-GO) que vai usar todos os jogadores, só não vai utilizar se alguém se queixar de dores musculares ou cansaço", destacou o zagueiro Valmir Lucas, para afirmar que, independentemente de o time estar na decisão do Estadual, não vai facilitar para o Ramalhão. "Tirar o pé, nunca. Sabemos que tem outra equipe de qualidade do outro lado, não podemos vacilar, não podemos dar chance para que eles tenham esperança de vir aqui e ganhar de nós no Serra Dourada", emendou.

Dividido, o técnico Enderson Moreira espera que sua equipe consiga conciliar os duelos pela Copa do Brasil e pelo Campeonato Goiano. "Teremos um desgaste enquanto o Atlético-GO vai ter uma semana aberta, mas a nossa equipe está bem preparada e espero que a gente consiga manter o nível."

Ramalho volta a Goiânia e prevê parada dura pela frente

O volante Ramalho passou cinco anos da carreira em Goiânia. Foram três temporadas defendendo o Goiás e outras duas no Atlético-GO. O jogador revelou que virou ídolo rapidamente defendendo o Alviverde, mas chateou alguns torcedores ao transferir-se ao Dragão, principal rival. Hoje, ele retorna à Capital goiana com a camisa que mais lhe cai bem, a do Santo André, uma semana após renovar contrato até o fim da Série A-2 do Paulista de 2014 e espera por missão difícil no Centro-Oeste.

"Não vai ser fácil. O Goiás é uma equipe forte, de qualidade e conta com grandes jogadores. Mas temos chances, vamos lutar", destacou o meio-campista, que alertou aos perigos do confronto. "Eles estão acostumados a campo grande e, se dermos espaço, vai ser complicado. Têm equipe rápida. Então, não adianta nos expor de uma vez. É preciso ter calma. Fazer dois gols não é fácil, mas buscaremos", explicou ele, referindo-se à necessidade de vitória.

A opinião do volante é compartilhada pelo atacante Fábio Santos. "Precisamos de 90 minutos em cima deles para ganhar esse jogo. Vamos procurar fazer logo o primeiro gol e no segundo tempo tirar proveito do cansaço deles para fazer o segundo", recomendou.

Dedimar tem dúvidas em três setores do Santo André

O Santo André viajou para Goiânia com o time praticamente definido para encarar o Goiás, mas o técnico Dedimar revelou que ainda tem três dúvidas para armar a equipe. Com todo o grupo à disposição, ao contrário do que aconteceu no duelo inicial, no Estádio Bruno Daniel, o treinador explicou que ainda não definiu quem joga na lateral esquerda e qual será a dupla de ataque.

A dúvida quanto às presenças de Nequinha e Élvis, que ficaram alguns dias ausentes dos treinamentos por causa de lesões musculares, foram sanadas e ambos vão a campo. Outro que vivia situação semelhante era Dedé, que fica como opção e briga por vaga no ataque com Luciano Henrique, que será adiantado para o setor em razão da volta de Ramalho ao meio de campo. Nesta briga, Gustavo, autor do gol que proporcionou ao Ramalhão a chance do segundo jogo, corre por fora.

As outras dúvidas giram em torno de Léo Carvalho ou George na lateral esquerda, e Fábio Santos ou Luiz Ricardo no ataque. "No outro jogo tive de improvisar e, mesmo assim, o time foi além da minha expectativa. Hoje tenho elenco completo e só falta mesmo a definição na esquerda e lá na frente. Isso é bom, porque sei que quem colocar dá conta", exaltou Dedimar.

EMOs jogadores tiveram 15 dias para treinar desde o primeiro encontro com os goianos, na derrota por 3 a 2. E, segundo o técnico Dedimar, todos assimilaram as falhas daquela partida. "Em primeiro lugar, (o grupo) teve consciência de que pode render mais, reconheceu que pode jogar melhor. Depois, trabalhamos em cima dos nossos erros: ocupação de espaço que não teve, aplicação maior. Este jogo não permite erros se quisermos chegar onde precisamos", destacou. "Estamos cientes das dificuldades, mas também da capacidade do nosso grupo", emendou.




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