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Páscoa promete recorde de vendas
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
13/03/2005 | 19:07
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A venda de ovos de Páscoa nas próximas duas semanas baterá o recorde dos últimos seis anos, caso as expectativas dos supermercados se concretizem. Enquanto a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) faz previsão modesta de crescimento de 5% na comercialização do período, na comparação com a Páscoa do ano passado, grandes redes projetam crescimento superior a 20% nesta Páscoa. Com isso, o faturamento do setor pode encostar nos R$ 550 milhões neste ano.

As três maiores bandeiras do setor varejista do país – Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart – definiram estratégias agressivas para garantir bons resultados na segunda melhor data do ano para o comércio – atrás somente do Natal. A grande aposta é a comercialização de produtos de marca própria.

As regiões Sudeste e Sul deverão ser as principais responsáveis pelo crescimento das vendas. Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais serão o destino de cerca de 40% da produção nacional. Os Estados do Sul deverão consumir 25% do volume total e o restante será dividido pelo país.

Para o presidente da Abicab, Getúlio Ursulino Netto, alguns aspectos favorecem a Páscoa deste ano. Além do aumento do poder de consumo da população, fatores climáticos estimulam o consumo de chocolate. “Tudo está a favor do setor neste ano. Apesar de os preços terem subido até 10%, tanto fabricantes quanto distribuidores sabem da necessidade de vender muito nesta Páscoa e recuperar perdas registradas em anos anteriores.”

Encomendas – O Pão de Açúcar comprou 5,5 mil toneladas de de chocolate para o período – 3 mil toneladas somente em ovos de Páscoa. O volume representa crescimento de 10% superior ao do ano passado. Já o Carrefour comprou 5 mil toneladas, aproximadamente 23 milhões de unidades de ovos de chocolate, expansão de 5% na comparação com 2004. O Wal-Mart não informou o volume adquirido em ovos de chocolate, porém garantiu que a projeção da empresa é vender 25% a mais que no ano passado, a estimativa mais otimista do setor.

Juntas, as duas redes que divulgaram o volume de estoque deste ano respondem por 54% do total de chocolate a ser vendido no período da Páscoa, segundo previsão da Abicab. Segundo a associação, o setor vai vender 19,4 mil toneladas de chocolate neste ano, volume que representará cerca de 12% de toda a produção de chocolates de 2005.

Para o presidente da Abicab, o otimismo das grandes redes se justifica. “A empolgação das principais bandeiras se dá pela possibilidade de oferecer mais produtos a preços competitivos. Os grandes supermercados estão com maior poder de fogo se compararmos com o ano anterior”, explica.

Netto destaca, no entanto, que o desempenho da Páscoa dependerá da variedade de ovos oferecida pelas redes e da manutenção dos preços. “Aqueles que puderem evitar o repasse do reajuste ao consumidor levarão vantagem na disputa de mercado”, acredita.

Preços – Apesar do otimismo em relação à Pascoa deste ano, os preços já estão mais altos nas prateleiras dos supermercados. O Carrefour divulgou elevação média de 4,7% nos preços de chocolates moldados – não inclui chocolate em barra. Segundo a assessoria de imprensa da rede francesa, o aumento dos preços foi inevitável, já que os principais fornecedores promoveram reajuste de até 10%.

Há grande aposta em ovos tradicionais no Carrefour. O de chocolate Alpino (700 gramas) custa R$ 31,48, enquanto o Sonho de Valsa (400 gramas) sai por R$ 17,49, Bis (380 gramas) por R$ 17,68 e Barbie (200 gramas) por R$ 12,49.

O Pão de Açúcar não informou qual o índice de reajuste aplicado aos ovos de Páscoa neste ano, mas pode chegar a 7% no ritmo do repasse das principais marcas. A empresa garantiu, no entanto, que foi ampliada a linha de produtos de chocolate, a fim de atender a todos os bolsos e necessidades.

Na rede CompreBem, por exemplo, bandeira popular do Grupo Pão de Açúcar, os ovos menores, de 170 gramas, partem de R$ 5,99 e chegam até a R$ 12,98. Ovos maiores podem custar mais de R$ 40.

Já no Extra, também do Grupo Pão de Açúcar, as opções sem brindes começam com preços a partir de R$ 0,99. Com brindes, os ovos custam de R$ 8,48 a R$ 23,98.

O reajuste deste ano também não foi informado, mas deve ser entre 3% e 7%, na previsão da Abicab.



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