O atacante Bebeto conseguiu, em três jogos, tornar-se um ídolo da torcida do Santo André e, mais do que isso, resolver aquele que era o maior problema do Ramalhão: a falta de gols. Nas três últimas partidas da equipe – e as únicas que o jogador participou –, Bebeto não deixou escapar em nenhuma delas a sua marca. Assim, conseguiu fazer cinco gols, sendo três deles em um só jogo (contra o Gama, no empate por 3 a 3), na segunda rodada da Série B do Campeonato Brasileiro após a Copa do Mundo da Alemanha.

O jogador, que chegou no clube acima do peso e ganhou a confiança da comissão técnica para que ficasse, por um período, apenas aperfeiçoando sua forma física, está agora no nível dos outros atletas. “Me deixaram um tempo só me preparando. Fiquei 100% e acabei sentindo uma contratura, nada tão grave. Fiquei uma semana no departamento médico, mas como vinha em uma crescente, não atrapalhou”, conta.

O atacante lembra que a confiança do técnico Ruy Scarpino no seu futebol foi fundamental. “O Ruy falou que ia me levar na viagem”, fala. E foi o que aconteceu. Em Belo Horizonte, diante do Atlético-MG, Bebeto ficou como opção no banco e o treinador “optou por me colocar no decorrer do jogo para começar a ganhar ritmo e até conhecer o grupo”. Deu certo. O atacante mudou a história da partida e conseguiu dar o empate que o Ramalhão precisava.

Na partida seguinte, diante do Gama, então entrou como titular e fez a sua parte, com os três gols. Na estréia em casa, contra o Remo, mais um, de cabeça. “Falta só um pouco de entrosamento, mas a nossa equipe vem se superando”, disse.

Aos 28 anos, Bebeto começou a despertar o interesse dos dirigentes do Ramalhão quando defendia o 15 de Campo Bom, na primeira partida da semifinal da Copa do Brasil em que o time do Grande ABC foi campeão. No Pacaembu, Bebeto deixou a sua marca. “Em 2004 mesmo o Santo André procurou o meu empresário, mas infelizmente não deu certo”.