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No Jaçatuba, clima de final é tímido
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
23/04/2010 | 07:01
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Se no Estádio Bruno Daniel e demais postos de venda o número de ingressos adquiridos pela torcida andreense foi baixo, no coração ramalhino, a sede do Esporte Clube Santo André, no Jaçatuba, e imediações, o dia a dia segue normalmente, como se o time não estivesse na inédita final do Campeonato Paulista.

A não ser os próprios funcionários do clube, camisas com o escudo do Ramalhão não foram vistas em nenhuma das duas visitas da reportagem ao local. Outros times, como Palmeiras e Corinthians, tinham representantes devidamente trajados. Curioso é que nem mesmo uniformes santistas puderam ser notados, apesar da boa fase que vive o time.

Os associados até manifestam que o apoio será pelo time local, apesar de não torcerem exclusivamente para o Santo André. "Sou corintiano, mas vou torcer pelo Ramalhão. Nada contra os Meninos da Vila, mas é o time da minha cidade", comentou Paulo Victor Munarini, 24 anos. O também corintiano José Bauptista, 62, quer ver o Ramalhão campeão, mas acha difícil. "Creio que o Santos leva. E quero que o Neymar jogue bem para ir à Seleção", pediu.

De camisa amarela regata (escudo andreense centralizado), o professor de natação e palmeirense Eric Marcel de Souza Sechi, 23, torce pelo Santo André. "O Santos está se achando muito", disse.

Na Avenida Itamarati, o vendedor de bandeiras e camisas Nilton Amorim Costa, 56, logo avisou. "Camisa do Santo André só tem uma e do Santos está no fim." Joseildo Leite, 23, crê no título do Peixe. "Vai ser 3 a 1 no primeiro jogo e 2 a 0 no segundo", previu o torcedor, que virou santista "por causa do momento". "Quem joga bonito é o Santos", emendou Leite que, curiosamente foi até o ambulante procurar uma camisa do Santo André.

Filas - Ontem, o gerente geral do Santo André, Alessandro Gonçalves, rebateu a reclamação de Ovídio Simpionato (da Tuda) de que o dirigente ignorou a sugestão para liberar bilheterias exclusivas aos torcedores locais no lado oposto à entrada principal do Brunão. Tudo para evitar tumultos. "Ninguém falou comigo", reagiu.

Cursinho veste atendentes e professores de azul e branco

Se a cidade ainda não se mobilizou e abraçou completamente o fato de o Ramalhão estar na final do Paulista, a iniciativa privada literalmente vestiu a camisa do time. Os funcionários do cursinho pré-vestibular Instituto Henfil das unidades de Santo André e Mauá ganharam dois uniformes da equipe para utilizar durante o expediente, o que ocorre desde quarta-feira e vai até o próximo domingo, dia do segundo jogo da decisão.

"Defendemos a regionalidade, o futebol tem sido a única forma de se puxar isso e tomamos essa iniciativa. Sou de Santo André, moro em Mauá e fico extremamente feliz em ver uma equipe da região na final do Paulistão. Aliás, além do Ramalhão, também fico contente em ver o São Caetano na final do (Troféu) Interior, e o São Bernardo próximo do acesso", disse o presidente do instituto, Mateus Prado.

Cerca de 40 funcionários trabalharão devidamente caracterizados, desde os atendentes até os professores, como o de Biologia, Tony Manzi, que apesar de ser corintiano, está na torcida pelo Ramalhão.




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