Um grupo de empresários do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) saiu frustrado, nesta quarta-feira, de mais uma tentativa de convencer a equipe do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, a alterar o texto da Medida Provisória (MP) que muda a Cofins. Após mais de três horas de reunião no ministério, o grupo saiu desanimado com a resistência encontrada. "Eles mostraram muito pouca disposição em mudar a matéria, porque acham que a MP tem ganho (de receita). É frustrante", reclamou o conselheiro Roberto Young, representante do Instituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial.

Uma das propostas dos empresários é incluir na MP a previsão de que o Poder Executivo poderá, no futuro, corrigir distorções setoriais trazidas pela mudança da Cofins, que a partir de fevereiro passará a ser não cumulativa. Os empresários alertaram também para o risco de repasse para os preços do aumento da carga tributária nos setores que serão prejudicados pela elevação de 3% para 7,6% da alíquota da nova Cofins.

Segundo o conselheiro Paulo Skaf, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a possibilidade de rever a MP seria uma válvula de escape. "A medida provisória teria um parágrafo dizendo que alguma distorção notada posteriormente não precisaria de uma lei especial para que possam ser concedidos créditos", explicou Skaf.

O relator da MP, deputado Jamil Murad (PCdoB-SP), que também participou da reunião, considerou a medida "inteligente". Ele acenou com a possibilidade de incluir na MP tratamento especial para setores mais prejudicados pelo aumento da alíquota, como o de serviços.