Vinte e oito desmanches foram fechados em Santo André no ano passado. O lacramento dos estabelecimentos faz parte de uma ação conjunta da Polícia Civil e Prefeitura da cidade que já dura um ano. De dezembro de 2002 a dezembro do ano passado, dos 58 desmanches que a Prefeitura tinha conhecimento na cidade, apenas 30 continuam funcionando. Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Irineu Bagnariolli, desde que as operações começaram, nenhum novo desmanche foi aberto.

Em 2003, 10.837 carros foram roubados ou furtados na cidade, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Santo André é a cidade da região onde mais se rouba carros. Apesar do alto número, ele é quase 10% inferior ao registro do ano anterior. “Sabe-se que os desmanches absorvem boa parte destes carros”, afirmou George Henry Millard, delegado seccional de Santo André.

Mapeamento — Feito um mapeamento dos desmanches da cidade, fiscais da Prefeitura foram a todos eles verificar se estavam funcionando legalmente. Coube à polícia, verificar se os carros e as peças eram roubados.

Durante a operação integrada, 15 desmanches foram interditados. A maioria por não possuir licença municipal de funcionamento. Destes, seis foram flagrados vendendo peças ilícitas e seus donos foram presos, acusados de serem receptadores. Outros 13 estabelecimentos baixaram suas portas espontaneamente e a polícia acredita que quatro deles tenham sido reabertos na área de São Mateus, na zona Leste de São Paulo.

Vistoria — Os 30 desmanches que restaram funcionam estão legalizados e são fiscalizados todos os meses, segundo a polícia e a Prefeitura. “Pedimos as notas fiscais das peças que estão à venda e comparamos com os produtos do estoque. Caso exista qualquer tipo de distorção, há indícios de que o material seja ilícito”, afirmou o delegado Millard.

De acordo com o secretário Bagnariolli, desde meados do segundo semestre do ano passado o município não concedeu nenhuma licença de funcionamento para abertura de novos desmanches. “As regras para se obter uma autorização são rígidas. De acordo com o Plano Diretor de Santo André, que será entregue à Câmara Municipal nos próximos dias, será proibida a abertura de novos estabelecimentos do gênero em Santo André”, afirmou o secretário municipal.