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Fama súbita pode levar à autodestruição
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
19/07/2009 | 08:15
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A súbita morte do astro pop Michael Jackson levanta o questionamento sobre quais são as razões que levam o ser humano adquirir hábitos excessivos como o consumo de bebidas, remédios e entorpecentes que podem causar overdose. Para líderes de várias crenças religiosas, o pós-morte dessas pessoas é turbulento. No caso das celebridades mundiais, a fama é um indutor para o processo de auto-destruição.

Apesar de terem visões diferentes, todos concordam que o enfraquecimento espiritual é o ponto principal que leva a pessoa a desvalorizar a própria vida e atingir a fatalidade muitas vezes.

Para o bispo da Diocese de Santo André, dom Nelson Westrupp, a vida humana é sagrada desde sua origem e só Deus pode tirá-la. Fora dessa situação, qualquer outra decisão é moralmente inadmissível.

O religioso salienta que distúrbios psíquicos graves, angústias do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade das pessoas que induzem sua própria morte, mesmo que inconscientemente.

"Como ficará a condição espiritual dessas pessoas apenas Deus poderá dar a condição do arrependimento. A Igreja Católica ora por tais pessoas que atentaram pela própria vida", explicou o líder diocesano.

A igreja evangélica tem posicionamento semelhante ao dos católicos com relação ao pós-morte das pessoas que escolhem esse caminho. Para eles, em muitos casos, a fama leva a um vazio espiritual extremo no qual o verdadeiro sentido e importância da vida torna-se volúvel.

"Precisa haver um equilíbrio. Pela falta de acreditar em Deus, as pessoas se entregam aos remédios e outras drogas, que gradativamente vão destruindo o corpo e a mente até chegar num ponto de desrespeitar a própria vida", explica o pastor Edison Queiroz, da Primeira Igreja Batista de Santo André.

O religioso acredita que as pessoas que destruíram seu corpo e entregaram-se a hábitos ruins tiveram a ausência de Deus e isso pode induzir ao inferno. "Aqueles que acreditam no sacrifício de Jesus Cristo terão a salvação eterna. No caso de Michael Jackson, ele tinha traumas de violência na infância e conforme foi conquistando o poder e a fama perdeu sua identidade e rendeu-se a depressão e à dependência de remédios fortes até para dormir", disse o pastor.

Uma reencarnação com deformidades - essa é a posição dos espíritas sobre o pós-morte de pessoas que se auto-destruíram. "Quem procura a morte mesmo que inconscientemente muitas vezes é movido pela depressão. No caso dos famosos, o vazio torna-se tão grande que os leva a concluir que não vale mais a pena viver, perdendo a referência. As pessoas que consumiram remédios em excesso, por exemplo, podem retornar à Terra com problemas mentais", explicou o presidente do Centro Espírita Bezerra de Menezes, em Santo André, Miguel Sardano.

Para os budistas, a pessoa que morre depois de ter overdose de medicamentos consumidos em excesso e bebidas não é chamada de pecadora. Eles dizem que ela cometeu um akugo (atos errados) e será julgada pelo deus Buda.

"A vida poderá ser salva pelo Buda somente se ele tiver compaixão da pessoa. Baseados nos ensinamentos budistas, procuramos fazer com que a humanidade reconheça que á vida é prioridade e que ela é unica", disse o missionário Yashito Kajiwara, da seita Terra Pura.




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