Os números do comércio de lâmpadas no Grande ABC confirmam a previsão da Associação Brasileira de Indústrias de Iluminação (Abilux) de que não há tendência de retomada do nível de atividades ou recuperação dos empregos no setor nos próximos meses. Segundo o gerente comercial da Coop, Valdomiro Sanches Bardini, o fato de as lâmpadas econômicas terem maior utilidade é um fator que prejudica a retomada do mercado das lâmpadas comuns. A queda nas vendas do produto na Coop chegou a 51% no mês de agosto, enquanto a procura por lâmpadas fluorescentes chegou a registrar crescimento de 1.128%, em julho.

Cenário semelhante é o da Castorama, de Santo André. As vendas de lâmpadas econômicas chegaram a ser nove vezes maior do que a de lâmpadas comuns. Segundo o gerente do setor de elétrica da loja de Santo André, Ricardo Zório, a queda nas vendas de lâmpadas comuns foi compensada pelo aumento da procura por lâmpadas econômicas. “O que não prejudicou os resultados das vendas”, disse.

A venda de lâmpadas incandescentes (comuns) na rede de supermercados Pão de Açúcar também sofreu queda. No início do racionamento, o hipermercado registrou queda de 80%, enquanto a venda de lâmpadas econômicas foi 50 vezes maior que o normal.

Normalizada – No Pão de Açúcar, as vendas estão 50% menores do que antes do racionamento. A procura por lâmpadas econômicas está 20 vezes maior do que antes do racionamento. Quando foi anunciado o plano de economia de energia, a venda de lâmpadas econômicas chegou a ser 50 vezes maior do que antes do plano. Segundo a empresa, hoje não existe demanda reprimida pelo produto econômico. A oferta (tamanhos, marcas e preços) está normalizada.

Na Castorama, o consumo de lâmpadas comuns se recupera. “A procura por lâmpadas de 25kW, 40kW e 60 kW está crescendo”, disse Zório. Porém, ele acredita que o fato de os fabricantes de lustres terem se adequado ao racionamento, desenvolvendo produtos que atendem aos dois tipos de demanda, pode dificultar a retomada do mercado pelas lâmpadas incandescentes.