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Vôo do Azulão enfrenta período de forte turbulência
Angelo Verotti
Do Diário do Grande ABC
03/08/2002 | 20:42
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Além de ter custado o cargo do técnico Jair Picerni, a perda do título da Copa Libertadores da América para o Olimpia (Paraguai), na última quarta-feira, no estádio do Pacaembu, deverá provocar mudanças significativas no São Caetano para a disputa do Campeonato Brasileiro. O clube, que ficou conhecido internacionalmente por causa do trabalho planejado e do futebol extremamente ofensivo, deverá enfrentar períodos turbulentos até “reencontrar o rumo”.

A saída de Picerni, após dois anos e meio no comando do Azulão, obrigará a diretoria a encontrar um substituto capaz de implantar no elenco filosofia semelhante de trabalho. Pelo menos essa será uma das exigências do presidente Nairo Ferreira de Souza para acertar com o novo treinador. “Não vamos perder as características ofensivas, independentemente do técnico que vier. Isso já faz parte da filosofia do São Caetano”, afirmou o dirigente durante coletiva na última sexta-feira, na sede da Associação Desportiva São Caetano, quando anunciou o desligamento do ex-técnico.

Pela primeira vez, em dois anos e meio, o Azulão irá participar de uma competição – neste caso o Campeonato Brasileiro –, sem ter se preparado totalmente para a missão. Isso fica evidente já que a diretoria deve anunciar apenas segunda-feira o nome do novo treinador, a exatos seis dias da estréia no torneio, sábado, contra o Paraná Clube, em Curitiba.

Como se não bastasse isso, o novo contratado terá de definir em poucos dias com quais jogadores do atual elenco pretende contar no Nacional e os reforços pretendidos. Resultado: a diretoria terá de correr rapidamente atrás dos jogadores pedidos e, conseqüentemente, o técnico terá de acertar a equipe no decorrer da competição, o que poderá comprometer o desempenho do clube.

Apesar do pouco tempo para a definição do treinador e reforços, o diretor de Futebol do Azulão, Genivaldo Leal, não acredita numa queda de rendimento da equipe. “Perdemos alguns jogadores, mas os que foram contratados para substitui-los têm as mesmas funções. Saiu o Marcos Senna, chegou o Claudecir. Saiu o Rubens Cardoso, chegou o Lúcio. Se sair o Russo, temos o Michel”, disse o dirigente. “Portanto, não acredito num baixo desempenho do São Caetano. Vamos brigar pelo título.”

Leal admitiu que o clube tem pressa em acertar com o novo técnico por causa do início do Campeonato Brasileiro. Segundo ele, o que também está sendo levado em consideração é o fato de o treinador ter no currículo, mais do que títulos, a passagem por grandes clubes.

Dos nomes cotados até sábado para substituir Jair Picerni – Nelsinho Baptista, Levir Culpi, Mário Sérgio, Candinho e Geninho –, apenas o último já havia recusado a proposta do São Caetano, já que acertou contrato recentemente com o Atlético-MG. Os demais ainda conversam com os dirigentes.




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