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Mas esse enredo você já viu em O Silêncio dos Inocentes (troque Norton por Jodie Foster). O novo suspense dirigido por Brett Ratner (A Hora do Rush) não é nada além do mesmo. Hopkins – que não emplacou nenhum papel de sucesso depois de Lecter – volta a vestir a mesma pele e até roupas parecidas que fizeram do doutor canibal um dos vilões mais amados da cultura pop.
Thomas Harris é o autor do livro Dragão Vermelho (1981), lançado sete anos antes de O Silêncio dos Inocentes. Já foi levado às telas em 1986 como Manhunter (Dragão Vermelho, no Brasil), bem dirigido por Michael Mann. Entre este e o atual, o autor acrescentou na história uma explicação sobre como Hannibal foi preso, atendendo ao produtor Dino De Laurentiis (que também bancou Manhunter e Hannibal).
Hannibal é capaz de afagar e morder a mão que lhe é estendida. Sedutor e terrível, age dentro de uma crueldade sem limites, manipulando a mente das pessoas. Esse poder aniquilador conquistou fãs e são eles que o filme tenta fisgar com as explicações de como Hannibal foi preso, em primeiro lugar, sem dar maiores detalhes sobre como ele surgiu. Em segundo, é estruturalmente igual às armadilhas psicológicas e tensas de O Silêncio dos Inocentes.
Hannibal Lecter aprecia devoção, principalmente preso no Hospital Estadual para Criminosos Doentes Mentais de Baltimore. O investigador Graham se tornou célebre pela habilidade de pensar como assassinos perversos. Isso o leva a investigar um criminoso serial com ajuda de Lecter, sem saber que era o próprio doutor o assassino que procurava.
Abalado com essa descoberta, Graham se muda com a família para a pequena Marathon, na Flórida, e deixa o FBI para trás. Mas um admirador de Lecter, um estripador de famílias que ataca sob a lua cheia, mais conhecido como Fada do Dente (Ralph Fiennes), muda tudo. O antigo chefe de Graham, Jack Crawford, (Harvey Keitel), não tem outro agente para vasculhar a mente assassina. Após estudar as cenas dos crimes, Graham percebe que, para ter sucesso, precisará da mente de alguém igualmente brilhante e perturbado. Isto é, Hannibal Lecter.
E por quê? Uma pista está na declaração de Laurentiis: “São poucos os papéis que conseguem se incorporar à cultura pop, e Hannibal é um deles”. Intenção mercadológica do veterano produtor italiano de 83 anos. O Dr. Lecter funciona desta vez como isca na caça à bilheteria.
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