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Santos empata, mas vai à final contra o Azulão
Marcelo Monegato
Do Diário OnLine
22/04/2007 | 18:05
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Orlando Filho/DGABCAos trancos e barrancos e com muitas dificuldades, o Santos garantiu neste domingo, no estádio do Morumbi, sua vaga na final do Campeonato Paulista de 2007. A classificação só foi possível após o empate por 0 a 0 com o valente Bragantino, que em nenhum momento, nos dois jogos das semifinais, se apequenou diante de um time 'individualmente' considerado superior por ter jogadores como Zé Roberto, Maldonado, Fábio Costa, entre outros.

Agora, em busca do bicampeonato, o Santos terá pela frente o São Caetano, que no sábado, em pleno estádio do Morumbi, goleou de virada o São Paulo por 4 a 1. O primeiro jogo acontece no próximo domingo, dia 29 de abril, e o segundo no dia 6 de maio.

A partida foi marcada pelo jogo limpo das duas equipes, mesmo diante de um gramado pouco favorável à pratica do futebol devido à forte chuva que castigou o campo minutos antes da bola rolar. No primeiro tempo, o Santos conseguiu levar mais perigo à meta do Bragantino, desperdiçando inclusive, com Cléber Santana, uma penalidade máxima. Já no segundo tempo, principalmente nos 15 minutos finais, o Braga mostrou que tinha totais condições de avançar à final.

No entanto, como vem se tornando constante em jogos decisivos do Santos, o destaque foi o goleiro Fábio Costa. Com pelo menos três defesas decisivas – uma delas nos cinco minutos finais -, ele foi o principal responsável pela classificação santista.

1º Tempo – Os 45 minutos iniciais foram de muita água e pouco futebol. Devido a uma forte chuva que atingiu a região do estádio do Morumbi cinco minutos antes da bola rolar, o gramado ficou completamente encharcado. O meio-campo e as laterais próximas às duas grandes áreas pareciam pequenas piscinas – apesar da drenagem são-paulina ser reconhecidamente boa.

Com esse aguaceiro, o jogo perdeu em técnica e beleza. O time do Santos, com jogadores mais talentosos e que têm no toque de bola o grande diferencial, demorou para se acertar em campo. Luxemburgo, sem prever o temporal momentos antes da partida, promoveu uma alteração tática: sacou o atacante Rodrigo Tiuí e promoveu a entrada de Rodrigo Tabata para dar mais qualidade ao passe e, de certa forma, congestionar o meio-campo.

A substituição, a princípio, parecia um 'tiro no pé'. No entanto, com o passar do tempo e o fim da chuva, o gramado começou a secar e o toque de bola santista começou a aparecer. Utilizando principalmente a faixa esquerda do gramado, o alvinegro praiano começou a pressionar o Bragantino que, recuado, esperava apenas uma oportunidade de encaixar um contra-ataque para surpreender.

E com essa pressão, o Santos teve excelente oportunidade de abrir o placar. Depois de vacilo do meio-campo do Braga, Rodrigo Tabata lançou para Marcos Aurélio que acabou derrubado dentro da área pelo zagueiro. Na cobrança, Cleber Santana, batedor oficial do Peixe, correu para a bola e depois de duas 'paradinhas', mandou a bola na trave. A redonda ainda voltou para o seu pé, mas como a trave é neutra, ele acabou dando um segundo toque nela – o que é proibido.

O jogo, após o pênalti, perdeu um pouco em emoção. O Santos diminuiu o ritmo e o Bragantino acertou a marcação. Os dois times ainda tiveram algumas oportunidades não tão claras de gol por meio de cobranças de falta e chutes de fora da área. Mas o goleiros Fábio Costa, do Peixe, e Felipe, do Braga, mostraram firmeza.

2º Tempo – O segundo tempo começou com reclamações de ambos os lados com relação ao gramado. Luxemburgo, irritado com algumas poças d'água, disse que um estádio que deseja ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 – caso o Brasil seja escolhido pela Fifa – deve ter uma drenagem muito melhor. A reclamação do técnico santista, que parecia 'choradeira', acabou ganhando uma certa razão depois que os jogadores do Bragantino atentaram para a ineficácia do sistema de escoamento de água do gramado.

Com a bola rolando, o Santos mostrou sua superioridade técnica. Logo aos dois minutos, Rodrigo Tabata passou pelo seu marcador, entrou dentro da grande área e chutou forte de perna esquerda. O goleiro Felipe voou na bola e fez a defesa parcial. No rebote, Zé Roberto apareceu como uma bala e chutou, mas o arqueiro do Bragantino, que pode acertar sua transferência para o Corinthians ao final do Paulistão, foi mais rápido e completou a defesa.

O Bragantino, sem muita força ofensiva, começou a descer sem criatividade e parar na marcação do trio Cléber Santana, Maldonado e Rodrigo Souto. Essa postura do Braga deu liberdade para o Santos começar a levar mais perigo. Tabata, sempre bem posicionado, tentou finalizar de todos os pontos. No entanto, em todas elas, o goleiro Felipe estava bem posicionado.

Cansado da quantidade de gols perdidos pela sua dupla de ataque, Luxa resolveu mudar. Ele sacou Rodrigo Tabata e Marcos Aurélio e promoveu as entradas de Pedrinho e Rodrigo Tiuí – que deveria ter começado a partida jogando. Porém, a alteração não surtiu o efeito desejado. O Santos perdeu o poder ofensivo e com a vantagem de jogar pelo empate, o alvinegro praiano passou a valorizar mais a posse de bola, tocando de um lado para o outro a bola e tentando explorar um possível desespero interiorano.

A partir dos 30 minutos, o técnico Marcelo Veiga liberou o Bragantino para atacar. Em busca do gol da classificação, ele promoveu a entrada do atacante Bill. Luxemburgo, ao contrário, passou a pedir mais marcação dos seus homens de meio-campo. Os laterais santistas que desciam ao ataque com freqüência, passaram a ficar mais presos á marcação dos atletas do Braga que caiam pelas pontas do campo de ataque.

E ao contrário do que aconteceu com as alterações do Santos, as do Bragantino surtiram efeito. O clube de Bragança Paulista partiu para cima e faltando cinco minutos finais mostrou que  tinha totais condições de ir à final contra o São Caetano. Aos 43 minutos, Somália perdeu uma excelente chance, mas parou nas mãos de Fábio Costa. Na seqüência, foi a vez do travessão  impedir o gol heróico do Bragantino.

Ficha:
Santos: Fábio Costa; Pedro, Adaílton, Antonio Carlos e Kleber; Maldonado, Rodrigo Souto, Cléber Santana (Marcelo) e Zé Roberto; Rodrigo Tabata (Pedrinho) e Marcos Aurélio (Rodrigo Tiuí).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Bragantino: Felipe; Tiago Vieira (Juliano), Zelão e Cadu, Júlio César (Bill), Mário (Neizinho), Somália, Adriano e André, Everton e Alex Afonso
Técnico: Marcelo Veiga

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Auxiliares: Valter José dos Reis e João Bourgalber




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