Paulo Cesar Samico explicou que do débito total dos cafeicultores, que era de aproximadamente R$ 800 milhoes, R$ 385 milhoes já foram reescalonados no mês passado, quando foi aprovada Medida Provisória que permitiu a renegociaçao dos débitos agrícolas em geral. No momento, conforme ele, existe um débito de R$ 150 milhoes, que venceu no dia 30 do mês passado e do qual já foram pagos 16% e um outro, de R$ 260 milhoes, cujas parcelas começam a vencer a partir deste mês. Esses empréstimos, sob os quais incidem juros anuais de 9,5%, foram feitos para custear a safra 1997/1998 e de 1998/99, respectivamente.
Paulo Cesar Samico informou que nessa reuniao do dia 14 deverá ser discutida e aprovada uma política para o setor de café. Essa política, que deverá manter os leiloes de café pertencentes aos estoques do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) e a concessao de financiamentos através do Funcafé, deverá Ter em vista os seguintes objetivos: aumento da renda do produtor; aumento do consumo mundial de café que caiu 2% este ano em funçao da queda na renda da populaçao; e recuperaçao do preço do café no mercado mundial que hoje está em torno de US$ 80 (o mais baixo dos últimos cinco anos). "O Brasil é o maior produtor e exportador mundial, por isso pode formar preços no mercado internacional através de medidas que venha a adotar para fortalecer o mercado interno", afirma.
O secretário de Produçao e Comercializaçao do Ministério da Agricultura também disse que até amanha deverao estar à disposiçao dos cafeicultores no Banco do Brasil, R$ 160 milhoes. Desse valor, R$ 100 milhoes se referem a primeira parcela de um total de R$ 250 milhoes, que serao liberados para custear a safra 2000/2001. Os R$ 60 milhoes restantes correspondem à última parcela de R$ 200 milhoes que foram autorizados para a pré-comercializaçao do café, através do sistema de "warrantagem" (o produtor faz o empréstimo mas permanece como fiel depositário do café). Esses recursos, lembrou ele, foram aprovados na última reuniao do CDPC, realizada no mês passado. Samico disse que com os R$ 250 milhoes autorizados para o custeio, serao financiados cerca de três milhoes de hectares, ou o equivalente a três bilhoes de pés de café (10 a 15% da área total), beneficiando cerca de cinco mil cafeicultores.
Promçao - O Ministério da Agricultura também pretende investir firme na promoçao do café brasileiro, para que este ganhe mais espaço na comercializaçao externa. Samico disse que até o final deste mês deverá ser aprovado um projeto de divulgaçao do produto brasileiro no exterior, tendo como base a "marca Brasil" de café. Segundo ele existem R$ 4 milhoes de recursos do Funcafé destinados para promoçao a ser feita neste ano e que até agora nao foram usados. Esses recursos, acrescidos de R$ 2 milhoes provenientes do setor privado, através de parceria com a Associaçao Brasileira da Indústria do Café (ABIC), é que irao custear a propaganda externa do setor.
A idéia, conforme Samico, é atacar em duas frentes para aumentar as vendas externas de café: o mercado chinês e os países europeus. Em ambos os casos a promoçao será fundamentada em degustaçao direta do produto brasileiro aos consumidores estrangeiros. A diferença, é que para os chineses a campanha pretende estimular a venda do café de uso mais comum, em funçao do seu menor poder, enquanto para os europeus serao ofertados os chamados cafés especiais, mais caros e refinados, em lojas sofisticadas.
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