Um incidente entre os Capacetes Azuis franceses mobilizados no sul do Líbano e um avião israelense esteve a ponto de provocar uma troca de disparos e fez o embaixador do Estado hebreu neste país ser convocado pelo ministério das Relações Exteriores em Paris.

O chanceler francês Philippe Douste Blazy explicou que um avião israelense sobrevoou em posição de ataque um ponto onde estavam situados os Capacetes Azuis franceses no sul do Líbano e estes estiveram a ponto de responder.

"É um milagre que não tenha ocorrido nada grave porque poderia ter havido uma resposta por parte dos militares franceses", declarou o ministro, anunciando que a França vai lançar uma advertência a Israel para que estes incidentes não se repitam.

Doze aviões de combate israelenses violaram nesta quinta-feira o espaço aéreo libanês e sobrevoaram a altitude elevada a localidade de Naqura (sul), quartel-general da Finul (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), perto da fronteira com Israel. Os aviões israelenses sobrevoaram em seguida várias regiões do sul do Líbano e passaram a baixa altitude sobre Baalbeck, leste do país.

A comunidade internacional criticou energicamente as violações israelenses do espaço aéreo libanês, que prosseguem apesar de as hostilidades entre o Estado hebreu e o partido-milícia do Hezbollah terem terminado em 14 de agosto depois de um mês de guerra.

A ministra da Defesa francesa, Michele Alliot-Marie, declarou que os Capacetes Azuis franceses quase dispararam em resposta aos caças israelenses.

Resposta de Israel- "Todos os vôos da aviação israelense no Líbano têm um único objetivo: o reconhecimento. Não há exceção a esta regra. Parece que estes vôos foram mal-interpretados pelas forças francesas", afirmou o embaixador israelense na França, Daniel Shek, que, segundo anunciaram os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, foi convocado a ir à chancelaria.

O ministro da Defesa israelense Amir Peretz justificou numa ocasião que esses vôos sobre o Líbano eram necessários para impedir o tráfico de armas de que se beneficiam os combatentes do Hezbollah.

Segundo fontes governamentais francesas, o incidente ocorreu no dia 31 de outubro.