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Mulher diz que foi tratada 'como animal' em hospital
Danilo Angrimani
Da Redaço
12/02/2000 | 19:57
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Sebastiana Amélia dos Reis, 33 anos, cabeleireira, moradora do Parque Erasmo Assunçao, em Santo André, viu sua filha Sabrina morrer 1h30 depois do nascimento. Ela passou por dois hospitais, foi atendida por três médicos, uma enfermeira, cinco médicos residentes, levou uma injeçao, sua filha foi retirada a fórceps e morreu. Em 2 de fevereiro passado, ela elaborou o boletim de ocorrência 588, no 5º Distrito Policial de Santo André, na qual narrou seu drama, que teve início na noite do dia 13 de janeiro. Leia:

"A data prevista para o meu parto era o dia 15. Nao houve complicaçao durante a gestaçao. No dia 13 de janeiro, por volta das 22h30, fui até o Hospital Pro Matre, onde recebi atendimento de uma enfermeira, que me aplicou uma injeçao e me mandou para casa.

Por volta das 2h do dia 14, fui até o Hospital Municipal de Santo André (atualmente chamado de Centro Hospitalar de Santo André), pois continuava com contraçoes. Lá, fui atendida por um médico que disse que a criança estava bem, porém, ainda nao tinha dilataçao suficiente, mandando-me de volta para casa.

As 8h, retornei ao HM e lá fui atendida por um outro médico. Após me examinar, ele me disse que o caso era grave. Fui colocada em uma maca e levada para uma sala, onde havia cinco estagiários. Fui tratada como um animal. Vi a morte chegando. Comecei a ficar gelada. Percebi que ia morrer.

Resolvi lutar contra a morte e gritei. Eles me tiraram à força da maca. As quatro agulhas do soro voaram. O sangue esguichava do meu braço. Minha filha nasceu com vida e morreu 1h30 depois. O médico alegou que ela tinha ingerido fezes."

O secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, disse que "do ponto de vista médico, o nenê nasceu com baixos sinais vitais, um problema gravíssimo e morreu". Em relaçao à forma como ela foi atendida, o secretário afirmou que "a gente tem feito treinamento, supervisao, mas é difícil colocar humanidade nas pessoas".




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