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Prévia do novo Quaternaglia traz inéditas
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
01/12/2003 | 20:09
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O quarteto de violões Quaternaglia apresenta nesta terça, às 20h30, na Sociedade Cultural Ítalo-Brasileira, em Santo André, um repertório ainda inédito no Estado de São Paulo. O recital, único e com entrada franca, reúne obras de Tom Jobim, Radamés Gnatalli e de outros três jovens compositores brasileiros.

O programa é uma prévia do próximo CD do grupo, previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2004. A primeira peça desta terça é Crônica da Casa Assassinada, de 1973 (Trem para Cordisburgo/ Chora Coração/ Jardim Abandonado/ Milagre e Palhaços), de Tom Jobim (1927-1994).

“Esse é um tema de filme que ele escreveu e que foi gravado no disco Matita Perê, de 1973. Há quatro movimentos e, embora um deles seja uma canção, todos nasceram primordialmente como música instrumental”, diz Fábio Ramazzina, o único integrante que é de Santo André.

Os arranjos foram assinados por João Luiz, um dos integrantes do Quaternaglia. “A orquestração de Tom Jobim com cordas, sopros, madeiras etc tem uma homogeneidade de timbres. No quarteto, apesar de utilizarmos instrumentos iguais, conseguimos mostrar um leque grande de timbres”, afirma.

Segundo Ramazzina, esses arranjos permitiram com que a parte melódica ganhasse vida própria. “As partes ficam bem evidentes”, diz. “Creio que conseguimos chegar o mais perto possível do que teria sido a idéia de orquestração de Tom Jobim”.

Radamés Gnatalli (1906-1988) é outro que ganha leitura do grupo. Sua obra Quarteto nº 1 foi escrita originalmente para um quarteto de cordas (dois violinos, uma viola e um violoncelo). Em 1939, porém, o próprio autor a transcreveu para um quarteto de violões. “Pode-se dizer que é original para nossa formação”. Desde 1999 o Quaternaglia executa obras de Gnatalli.

As outras três peças que vêm a seguir são: Sweet Mineira, de 1998 (Ponta de Areia, San Vicente e Variações/ Cais/ Sonata Cravo e Canela), escrita por Sérgio Molina (1967 –); Noite Escura (1997) e Presença (2003), de Paulo Tiné (1970 –) e Maracasalsa em Quase Fuga (2003), de Douglas Lora (1978). “Essas músicas caem como uma luva para nós”, diz Ramazzina.

Ele explica que todas elas, embora possuam linguagens distintas, trazem o ritmo típico brasileiro. “A Maracasalsa é uma fuga, gênero musical do período barroco, mas tem um suingue nosso. A parte rítmica e melódica é brasileira”, afirma, lembrando que a peça também traz influências do maracatu.

Presença carrega elementos de choro e Noite Escura “é uma visão brasileira da música tradicional espanhola”, anterior ao flamenco. Já a Sweet Mineira dá estrutura erudita a uma composição com essência brasileira, pois é calcada na música de Milton Nascimento. O autor é irmão de Sidney Molina, outro dos integrantes. O Quaternaglia conta, ainda, com Fernando Lima.

Quaternaglia – Show. Nesta terça, às 20h30. Na Sociedade Cultural Ítalo Brasileira – r. Airo, 69, Santo André. Tel.: 4436-3707. Entrada franca.




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