Setecidades Titulo
Doze irmãos apaixonados por Carnaval
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
10/02/2010 | 07:58
Compartilhar notícia


A paixão pelo Carnaval foi a herança deixada para os 12 filhos de Nathália Rodrigues do Amaral, fundadora da escola Rosas Negras, vice campeã de São Bernardo em 2009.

"Nascemos em Santos e fomos criados no meio do Carnaval. Quando nos mudamos para a região, minha mãe junto com amigos do bairro fundaram a escola Vila Rosa em 1968. Mas foi em 1974 que assumiu o controle e mudou o nome para Rosas Negras. Rosa é para homenagear o local onde a escola nasceu e Negras somos nós (os filhos)", conta Maria Conceição Rodrigues, 62 anos, mais conhecida por Contche.

Depois da morte da mãe, em 2009, Contche assumiu a presidência da agremiação. "Quero que ela (mãe)sinta orgulho. Ao todo são 60 familiares envolvidos no Carnaval", diz Contche que coordena todo o trabalho para que tudo fique perfeito. "Colocar a escola na avenida é o que eu preciso para me considerar vitoriosa."

O Carnaval é capaz de tudo na vida dessa família, até mesmo correr o risco de perder o emprego. "Sou atendente de enfermagem há 28 anos e nesta época troco o posto pela avenida", diz a irmã de Contche, Marta Rodrigues do Amaral Felício, 58, conhecida como Inguere, que nem imagina como está o hospital onde trabalha. "Depois da apuração é que vou pensar na minha vida."

Maria Conceição da Silva, 56, conhecida como Omiloba, é daquelas irmãs que já fizeram de tudo na escola. "Comecei na frente da bateria, fui para harmonia e hoje desfilo na ala das baianas", fala Omiloba, que se emociona ao imaginar o trabalho concretizado na avenida.

"O pouco tempo que temos, as chuvas e os imprevistos são os nossos piores inimigos, mas com dedicação e amor ao que se faz, tudo dará certo", completa Contche, confiante.

CORAÇÃO DA ESCOLA - Filho de Inguere, Luís Alexandre do Amaral, 26 anos, começou aos 5 a desfilar na ala das crianças. "Passei por algumas outras alas até chegar na bateria, que é o coração da escola", descreve.

Luis e os outros componentes trabalham há três meses para que no dia todos estejam em harmonia. "Ensaiamos muito para ficar apenas 50 minutos na avenida". O filho de Luís, Wallace, 5 anos, estará junto com o pai e a mãe no desfile. "Estou muito ansioso", diz envergonhado.

Quem também está bastante animado para o grande dia é o estoquista de supermercado Luan Silva de Sá, 19 anos. "Sem a bateria uma escola de samba não vai para frente. É preciso estar em sintonia para que tudo flua bem", diz o estoquista que toca vários instrumentos, mas é apaixonado pelo tamborim.

Enredo fará homenagem à matriarca fundadora

Com o enredo Rosas Negras Rainhas Guerreiras, a Rosas Negras levará para a avenida homenagem à fundadora da agremiação, Nathália Rodrigues do Amaral. "É um tributo para a minha mãe por toda sua história no Carnaval, que foi a primeira porta-bandeira (da agremiação) e presidente feminina de uma escola de samba em 1974, quando assumiu o cargo", diz a filha e atual presidente, Maria Conceição Rodrigues, conhecida como Contche, 62.

Estarão na avenida 300 componentes distribuídos em sete alas, além de dois casais de mestre-sala e porta-bandeira. Para Contche a grande surpresa do desfile é a bateria. "Só posso adiantar isso. Quem for na avenida vai conferir", diz a presidente, que quer levar 70 ritmistas.

A escola será a segunda a desfilar na Avenida Aldino Pinotti no dia 15.

A Rosas Negras ensaia hoje, a partir das 19h30, na Rua Projetada, s/n°, Cooperativa. "Como não temos barracão, fazemos o ensaio na própria rua, entre a Vila Esmeralda e o Conjunto Habitacional Granja Ito".




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;