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Conselho tutelar de Mauá vive ‘boom’
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
19/12/2003 | 22:38
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Os atendimentos feitos pelos dois conselhos tutelares de Mauá aumentaram 86% em um ano, passando de 1.727 casos em 2002 para 3.228 em 2003. As ocorrências que mais resultaram em procedimentos dos conselheiros foram maus-tratos e desvio de conduta. É difícil saber a causa, mas, para a presidente do Conselho Tutelar II, Marissol Brandão, há duas explicações: o desemprego, que aumentou o número de incidentes; e o órgão ter se tornado mais conhecido da população, fazendo com que seja mais procurado, o que reduziu a subnotificação.

A cidade tem dois conselhos tutelares e os números somam os casos atendidos em ambos. Crianças abandonadas, conflito familiar, adolescentes rebeldes, evasão escolar, agressões, vandalismo e atos infracionais fazem parte do rol de registros. Nesta sexta, duas garotas aguardavam remoção no abrigo do órgão por atos infracionais como furto ou roubo.

O desemprego é o principal fator social por trás dos números, aponta Marissol. Em média, as ocorrências de maus-tratos foram entre 16% e 18% dos atendimentos. Os desvios de conduta (casos de vandalismo, por exemplo) respondem por 10% a até 25% dos incidentes.

O abuso sexual em família continua subnotificado, acredita Marissol. “Há muito mais casos do que os que são relatados ao conselho, mas esse ano já tivemos uma boa melhoria, principalmente porque as pessoas sabem onde encontrar os conselhos tutelares e também porque estão passando a acreditar mais no nosso trabalho.” Marissol cita o maior comparecimento às eleições para conselheiros, ocorridas há um ano, como um indicador de que o conselho é hoje mais conhecido.

Casos de crianças abandonadas dentro de casa por pais que saem para se divertir, agressões e maus-tratos são freqüentes. “Para acabar com esses casos, temos de ter uma estrutura boa, porque, se apenas fazemos o encaminhamento e não há rede de suporte que dê seqüência ao trabalho, não adianta tirar a criança da família desestruturada. Se apenas a criança tem tratamento, quando ela voltar para casa, a família vai continuar desestruturada e o trabalho não terá servido de nada”, disse a conselheira.

Aos conselheiros cabe receber as denúncias ou fazer os atendimentos e encaminhar as crianças e suas famílias para as redes municipais de saúde e Justiça, por exemplo.




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