Esta será a quarta vez que a prefeitura, que tem 95,88% das açoes ordinárias, tenta realizar o leilao. Ainda em 1999 ela tentou leiloar 43% dos papéis, mas os processos fracassaram porque só a Rio Grande Energia (RGE), que opera nas regioes norte-nordeste do Estado, havia se interessado. No início deste ano o município decidiu vender o controle majoritário mas o leilao marcado para o dia 30 de junho foi cancelado pela CVM porque o edital nao foi publicado na íntegra.
Segundo o presidente da Eletrocar, Setembrino Franco, os interessados no leilao devem depositar as garantias financeiras, equivalentes a 40% do preço mínimo, na Câmara de Liquidaçao e Custódia (CLC) até o dia 27 deste mês. A RGE já está pré-habilitada, informou. Ele disse que "no futuro" o município poderá vender o restante de suas açoes por um preço mais elevado, caso a empresa seja valorizada a partir da gestao privada. Por determinaçao do edital, a sede da companhia deverá permanecer em Carazinho durante os próximos dez anos.
Franco lembrou que na semana anterior ao dia 30 de junho a prefeitura conseguiu derrubar quatro açoes no fórum da cidade contra a privatizaçao, movidas pelos sindicatos dos eletricitários e bancários e também por pessoas físicas. Ele disse que os recursos obtidos com a venda serao utilizados para permitir o cumprimento do programa de governo do prefeito Aylton Magalhaes (PPB), incluindo obras de saneamento, iluminaçao pública, saúde e educaçao.
Com 26 mil consumidores, a Eletrocar opera em seis municípios, incluindo Carazinho, Chapada, Colorado, Selbach, Coqueiros do Sul e Santo Antônio do Planalto. Em 1998, o consumo de energia na regiao somou 103 mil MWh, a maior parte nos segmentos residencial (36%) e industrial (22%).
Do total distribuído pela empresa, 22% correspondem à geraçao própria em duas usinas hidrelétricas e o restante é comprado da RGE, com a qual existe um contrato para aquisiçao de energia até 2007, passando de 80,3 mil MWh este ano para 100,7 mil MWh no final do período. A Eletrocar tem ainda projetos prontos para elevar em 31% sua potência instalada, com um investimento de R$ 500 mil.
Conforme os dados financeiros que fazem parte do edital de venda, a empresa teve um lucro líquido de R$ 254 mil em 1998. A receita operacional líquida foi de R$ 9,5 milhoes e as despesas operacionais somaram R$ 8,8 milhoes, sendo R$ 3,1 milhoes com compra de energia e R$ 2,8 milhoes com a folha de salários dos 129 funcionários. As dívidas financeiras somam R$ 1 8 milhao, sendo quase 60% no longo prazo.
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