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Nairo e Paulo Forte mantêm versão sobre a morte de Serginho
Anderson Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
06/07/2005 | 09:39
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Se confiança ganhasse jogo, a batalha jurídica de Nairo Ferreira de Souza e Paulo Forte diante da promotoria pública estadual terminaria empatada. O presidente e o médico do São Caetano, respectivamente, compareceram na terça-feira ao 5º Tribunal do Júri da Barra Funda, pela primeira vez, puderam expôr suas versões sobre a causa da morte do zagueiro Serginho e reafirmaram que não foram advertidos pelo Incor (Instituto do Coração) da situação do atleta.

Sem falar com a imprensa, num interrogatório fechado por segredo de Justiça que durou aproximadamente duas horas, Nairo e Forte deixaram o Fórum confiantes, assim como o promotor Rogério Leão Zagallo, que promete o contra-ataque dia 20 de outubro, quando as testemunhas de acusação serão ouvidas pelo juiz. Sua expectativa está nas mãos de oito funcionários do Incor, mas principalmente de Edimar Bocchi, médico responsável pelo diagnóstico de Serginho, que teria alertado o Azulão sobre o risco de morte do atleta.

O primeiro a ser recebido pelo juiz Cassiano Ricardo Zorzi Rocha foi o presidente do clube do Grande ABC. Policiais cercavam o andar da sala de depoimento, enquanto a imprensa era impedida de avançar. Além de Nairo, o interrogatório também contou com a presença do advogado de defesa, Luiz Fernando Pacheco, e de Zagallo. A reportagem do Diário teve acesso ao corredor da sala. Passados alguns minutos, Nairo saiu da sala e falou ao celular. "Foi ótimo. Matei (venci) os caras", dizia, caminhando com um semblante feliz, de um lado para o outro, até ser chamado para voltar à sala. Antes, negou-se a falar com o Diário. "Não, não quero", afirmou ao policial, pedindo para que a reportagem deixasse o local. Ao final, saiu pelos fundos do Fórum e preferiu não falar com a imprensa.

"O promotor disse que tinha 60 perguntas para ambos, mas formulou apenas três para o Nairo. Numa delas, questionou quantas vezes o São Caetano treina por semana. Logicamente, o presidente não respondeu. Foi uma pergunta sem contexto algum", disse Pacheco, que prepara o nome de oito testemunhas de defesa para apresentá-las até sexta-feira.

O médico do Azulão entrou logo depois. Antes, também falou rapidamente com o Diário. "Estou confiante. Agora é minha vez", disse, ao lado de seu advogado, Sérgio Mendonça de Alvarenga. O depoimento do médico foi mais longo, já que era responsável direto pela condição física dos atletas. Forte também manteve o discurso do inquérito policial e garantiu que não foi advertido sobre o risco de morte de Serginho, que morreu de uma parada cardiorespiratória no gramado do Morumbi, dia 27 de outubro de 2004, no jogo entre São Caetano e São Paulo, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro.

Para o promotor, "as testemunhas vão demonstrar que os réus tinham plena ciência da situação e da necessidade de afastamento. Se um dia ficar provado que quem mente é o Incor, colocando duas pessoas inocentes como réus, eu vou processá-los", afirmou. Nairo e Forte são acusados de homicídio doloso – com intenção de matar –, com pena prevista de 12 a 30 anos de detenção.




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