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Gás de cozinha tem peso abaixo do oficial
Adriana Ferraz e Paula Nunes
Do Diário do Grande ABC
28/08/2006 | 23:34
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O consumidor deve ficar atento ao peso dos produtos que compõem a cesta básica. Segundo o núcleo de fiscalização do Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo), todos os itens que fazem parte da mesa do brasileiro – como arroz, feijão, biscoito e café – apresentaram diferenças entre a quantidade informada na embalagem e o valor real oferecido, neste primeiro semestre de 2006. O primeiro do ranking da irregularidade é o gás de cozinha que, mesmo não sendo alimento, faz parte da lista de produtos avaliados. Cerca de 20% dos botijões comercializados estão abaixo do peso oficial.

A supervisora técnica do laboratório da capital paulista, Vera Lúcia Gonçalves, explica que os distribuidores de gás são constantemente autuados pelas irregularidades. São aplicadas advertências ou multas que podem alcançar R$ 50 mil. “Sempre que são notificados, os responsáveis alegam que, por se tratar de um gás, as perdas são comuns. A justificativa, mesmo que plausível, não impede que o consumidor seja prejudicado”, diz.

O problema enfrentado pelas donas-de-casa com o gás é mais difícil de ser identificado pelas características do produto, mas o mesmo não deve acontecer com embalagens de arroz, açucar ou óleo, entre outros mantimentos. O agente fiscal Jansen Ribeiro afirma que o consumidor deve ser o primeiro a fiscalizar a compra. “Muitas vezes, só é preciso olhar com mais atenção para verificar as diferenças de peso. Em caso de dúvida, pode-se usar a balança comercial do mercado”, observa. Nesse caso, vale lembrar que o peso final apresentado na balança precisa ser superior ao estipulado. “Isso quer dizer que se um pacote de arroz deve conter cinco quilos, por exemplo, a balança deve mostrar cinco quilos e mais alguns gramas”, relata Vera Lúcia.

Em produtos líquidos, a diferença é ainda mais visível. Em visita ao laboratório do Ipem, em São Paulo, a reportagem acompanhou a pesagem de um determinado vinagre à venda no mercado e constatou que, ao invés de conter 750ml (como informado), uma das unidades apresentava apenas 680ml. Para evitar comprar sempre gato por lebre, o consumidor precisa denunciar irregularidades pelo telefone da ouvidoria do Ipem – 0800-0130522.

Pet Shop – Além da fiscalização dos produtos que compõem a cesta básica, o Ipem também faz avaliações temáticas. Neste mês, a análise chegou aos Pet Shops. Foram pesados 15 produtos, entre ração para cachorros, pássaros e tartarugas, artigos de higiene (como shampoos e talcos) e produtos para aquários, como fungicidas, baractericidas e carvão ativado. O resultado foi satisfatório: apenas o carvão ativado foi reprovado. Das oito amostras coletadas, uma apresentou quantidade menor do que a especificada em embalagem.

A professora de nutrição animal da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), Carla Balzano de Mattos, explica que a verificação é importante, já que animais alimentados com produtos industrializados ficam menos doentes. “A ração, por exemplo, é um alimento balanceado, que possui todos os nutrientes que o animal precisa”, afirma.



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