A Associação das Empresas de Transporte Coletivo do ABC pediu prazo de sete dias para finalizar a proposta de trabalho para os rodoviários da região. A reunião entre empresários e sindicalistas foi mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho na segunda-feira, que atendeu o pedido e marcou a audiência decisiva para terça-feira.

Com relação à questão do reajuste, os empresários devem acompanhar o que foi sugerido pelo tribunal e propor correção de 7,9%. Os dois lados evitam detalhar as discussões em curso.

Enquanto isso, comentários sobre nova greve surgem em vários pontos da região, sobretudo dentro dos ônibus. O diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários do ABC, Marcos Antônio Aleixo, afirmou que não existe possibilidade de a categoria parar os trabalhos novamente. "Ainda estamos conversando com os empresários. Não existe definição e o sindicato não pensa em propor paralisação", garantiu.

No início do mês, a população das sete cidades ficou sem os serviços de ônibus municipais e intermunicipais. Mais de 90% dos trabalhadores aderiram à greve, que foi considerada abusiva pela Justiça. O TRT ainda deve decidir se será aplicada multa pelos dois dias de paralisação. Além disso, toda a categoria corre o risco de ter o período descontado na folha de pagamento.

O advogado da AETC/ABC, Francisco Bernardino Ferreira, disse que até terça-feira o patronato pode finalizar as negociações com a categoria. Sobre o aumento salarial, ele foi categórico. "Isso nem está em discussão. A Justiça determinou a porcentagem e as empresas já estão aplicando", frisou.

DÚVIDA

Ermita Carvalho Gomes, 30 anos, tomou ônibus temerosa ontem no Parque João Ramalho. Ela foi uma das pessoas que tiveram de caminhar muito nos dias de greve. "No trabalho comentaram que os ônibus poderiam parar novamente. Se isso acontecer, vou me atrasar." Ermita trabalha como segurança na Universidade Federal do ABC.