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Barak enfrenta dissidência interna e falta de apoio egípcio
Do Diário do Grande ABC
04/08/2000 | 11:46
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O primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, que acaba de sofrer várias derrotas políticas, encontra-se nesta sexta-feira em situaçao perigosa dentro do próprio partido, enfraquecido na frente externa e diante da opiniao pública.

Barak nao obteve o apoio do presidente egípcio, Hosni Mubarak, com o qual se reuniu esta quinta na Alexandria. O premiê esperava que Mubarak pressionasse o líder palestino, Yasser Arafat, a se mostrar mais ``flexível' em relaçao à questao de Jerusalém Oriental, que provocou o fracasso da recente reuniao de cúpula de Camp David, nos Estados Unidos.

Analistas dizem que Barak quer chegar a um acordo antes de 13 de setembro, data em que Arafat pretende proclamar um Estado palestino.

O chefe de Governo de Israel denunciou nesta sexta-feira, em uma entrevista ao jornal Maariv, os responsáveis trabalhistas que ``se equivocam e fazem crer que é o partido que se desmorona. Mas ao meu redor existe gente sólida, que continuará me apoiando no caminho para a paz'.

Enquanto Arafat corre o mundo desde Camp David, repetindo sua intençao de proclamar em 13 de setembro um Estado independente, com ou sem o apoio de Israel, a margem de manobra de Barak para chegar a um acordo é limitada, já que ele nao dispoe de maioria no Parlamento desde que três dos partidos que faziam parte da sua coalizao o abandonaram, mês passado.

Na última quarta-feira, Barak sofreu dois golpes, o ministro das Relaçoes Exteriores, David Levy, renunciou, e o parlamento aprovou em leitura preliminar um projeto de lei da oposiçao sobre eleiçoes antecipadas, que deve ser votado em três leituras antes de entrar em vigor.

Este enfraquecimento do chefe de Governo atiçou as ambiçoes dentro do Partido Trabalhista. O presidente do Parlamento, Abraham Burg, declarou que tem intençoes de se lançar como candidato trabalhista ao cargo de premiê, em caso de eleiçoes antecipadas.

A imagem de Barak foi afetada por estes golpes. A maioria dos israelenses (56%) estima que ele nao é confiável, segundo pesquisa. Se fossem realizadas eleiçoes hoje, Barak venceria, com 43% das intençoes de voto, contra 39% para o chefe do Likud, o principal partido de oposiçao de direita, Ariel Sharon.

O ex-premiê de direita Benjamin Netanyahu, que poderia tentar conquistar novamente a direçao do Likud, se a Justiça nao condená-lo em um caso de corrupçao, supera Barak, com 46% das intençoes de voto, contra 42% para o atual premiê.




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