A socialite Maria Christina Mendes Caldeira (PV) foi acusada, há pouco mais de um ano, pelo ex-marido e ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL), de estar procurando “cinco minutos de fama”. Ela havia acabado de depor na Comissão de Ética da Câmara e denunciara o então parlamentar de coordenar o mensalão e o caixa 2 de campanha, e ainda de ter ligações estreitas com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Agora, ela vai em busca da moralidade na Câmara, disputa o eleitorado da mesma região do ex-marido (Mogi das Cruzes) e tem como principais pontos da plataforma eleitoral a reforma política e o combate à corrupção.

Embora sem a infra-estrutura de seu maior adversário, Maria Christina diz que desponta em segundo lugar na região de Mogi, “só a dois pontos atrás de Valdemar”, que tenta se eleger após renunciar para evitar o processo de cassação. A receptividade das ruas faz com que ela planeje ações para o mandato.

A reforma eleitoral, segundo a candidata, tem que ter cinco pontos: voto distrital, para criar um vínculo da comunidade com o político escolhido nas urnas – “isso é imprescindível” –; fim da imunidade parlamentar; financiamento público de campanha; impedimento de dois anos para o político que renunciar e voto aberto no Congresso. Maria Christina só refuta para já a questão da fidelidade partidária. “Não tenho 100% de certeza nesse ponto porque não vejo desenhos de partidos neste país”, argumenta, completando que é um ponto a ser visto após a reforma política que ela propõe.

Maria Christina também destaca sua preocupação com a mulher vítima de violência entre as prioridades de seu mandato, caso seja eleita. Ela vai propor incentivos a casas de abrigo e capacitação para esses casos. A socialite defende ainda a legalização de bingos e até cassinos no Brasil. “Mas só em cidades com potencial turístico”, para criar empregos. Segundo ela, o primordial é incentivar o setor de serviços, atualmente o grande empregador do país com possibilidades reais de crescer ainda mais.

Voto nulo – Além da cruzada contra a corrupção, Maria Christina tenta reverter a “avalanche de votos nulos” que deve acontecer nesta eleição, segundo sua avaliação. “Isso favorece os corruptos”, alerta. Também é nessa fatia de eleitores descontentes que ela acredita está o maior potencial de sua votação. “Eu vou ter o voto de protesto, mas que vem também com uma proposta de mudança”, diferencia a socialite daquela intenção de votar em qualquer candidato simplesmente para dizer “que se exploda”.