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Tony Belloto renova o 'afinando a língua'
Da TV Press
20/06/2008 | 07:02
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Tony Bellotto não acreditava que um projeto sobre Língua Portuguesa durasse tantos anos na TV. Mas ele está desde 1999 à frente do Afinando a Língua e cada vez mais empolgado com as novidades do programa, que vai ao ar nas segundas-feiras, às 22h30, pelo canal de TV Futura. "Nove anos se passaram e a gente sempre descobre algo novo para falar sobre esse assunto", diz o músico, escritor e apresentador. Tony assume que, no início da empreitada, achava a idéia didática demais, muito presa à gramática. Mas com uma nova temporada que recém-estreou no Futura, repleta de convidados cantores como MV Bill e o grupo Casuarina, ele acha que o programa encontrou o equilíbrio e chama a atenção para a palavra e a literatura por meio da música.

Ainda é inusitado para algumas pessoas ver um roqueiro apresentar um programa sobre língua portuguesa?

TONY BELLOTTO - É, porque acho que não tem tanto roqueiro fazendo isso por aí. Mas o interessante é que, pelo fato do Futura ser um canal educativo, o programa chega a muitos lugares carentes e é usado até como reforço escolar nos colégios. Então muita gente me vê como apresentador do programa e não sabe que sou músico ou escritor. Isso foi detectado por meio de pesquisas feitas pelo canal e foi um dos motivos que determinou que eu contasse um pouco de minha vida a cada semana.

O seu envolvimento com a produção aumentou desde o início do projeto até aqui?

BELLOTTO - Tenho uma participação direta na escolha dos músicos que vêm participar. Eu gostaria de me envolver ainda mais com a produção, mas é difícil porque viajo muito. O que acontece é que fomos descobrindo ao longo do tempo que quanto mais eu me colocasse, mais interessante ficaria o resultado, porque eu não apareceria como um mero apresentador. Sou alguém que já tinha um nome como músico e escritor e estou ali apresentando por esse motivo.

É difícil manter um programa sobre Língua Portuguesa por tanto tempo no ar sem cair no didatismo?

BELLOTTO - No começo o programa era mais didático porque tendia mais para a gramática. Mas descobrimos que essa não era a minha e que tem gente que faz isso com muito mais propriedade do que eu. Por isso trouxemos as letras de música, que vieram justamente para deixar o programa menos didático. Queremos chamar a atenção para as questões mais lingüísticas e para o uso artístico da palavra na poesia e na prosa.

E você acha que conseguiram atingir esse objetivo?

BELLOTTO - Sim, porque a cada programa temos a participação de uma banda ou de um músico e isso traz sangue novo para o resultado final. Isso tem ajudado muito na dinâmica e atraído os jovens. O mais legal, no entanto, é que tenho um retorno surpreendente de senhoras que dizem que assistem ao Afinando a Língua. Já fui abordado por garçons também. Isso mostra que o interesse pela língua atinge todas as classes e idades.

E qual era a influência da Língua Portuguesa na sua vida antes de escrever livros e começar a apresentar o Afinando a Língua?

BELLOTTO - Eu nunca fui um estudante caxias, mas sempre fui um aluno interessado. E o que sempre quis passar no programa é isso: às vezes você acha que uma coisa é careta mas é por ignorância. Se você se aventurar, ler e vencer a preguiça, vai descobrir coisas surpreendentes.




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