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Estudante agredido fica sem aulas
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
19/02/2009 | 07:00
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O estudante R.T.K., 19 anos, está sem pisar em uma unidade de ensino desde outubro de 2007, quando foi agredido em Santo André. A última ação educacional de que participou foi no primeiro semestre de 2008, quando fez alguns testes e trabalhos. Desde então, ficou em casa sem qualquer contato da escola, mas mesmo assim foi promovido para o 2º ano do Ensino Médio. Até ontem, porém, a mãe do estudante, a esteticista Sueli Torres, não sabia dessa promoção.

Vítima de câncer nos ossos, o estudante foi agredido por um grupo de rapazes que estudavam com ele na Escola Estadual Doutor Américo Brasiliense, no Centro de Santo André, em confusão parecida com a verificada na última segunda-feira, quando a estudante Mariane Fantini, 15, morreu presenciando uma briga na frente da unidade.

O estudante levou um soco dentro da escola e teria sido espancado pelos mesmos alunos fora do Américo Brasiliense. As complicações em decorrência das lesões sofridas agravaram o estado de Saúde do jovem, que, desde então, não voltou à escola e está acamado há mais de um ano.

Para não ter os estudos interrompidos, o estudante realizou atividades curriculares do chamado regime de exceção. "Ele foi aprovado em 2007 na 8° série do Ensino Fundamental e, no começo do ano passado, um professor trouxe materiais didáticos e aplicou alguns exames, mas, depois disso, não nos deram mais nenhuma satisfação", disse Sueli Torres.

Os poucos testes e trabalhos foram suficientes para o menino avançar e progredir no Ensino Médio. "Fizemos atendimento para ele em casa. Um coordenador pedagógico da escola foi deslocado para levar as atividades", disse a diretora da escola, Alice Gaiarsa.

A diretora diz que os estudos foram abreviados no segundo semestre devido ao agravamento dos problemas de Saúde do garoto. "O conselho de série, no final do ano, aprovou o aluno. Ele está matriculado no 2° ano do Ensino Médio. Como as aulas começaram na segunda-feira com esse tumulto (a morte de Mariane) não conseguimos avisá-los. A vice-diretora vai amanhã (hoje) contatar a mãe dele e saber se ele pode dar continuidade aos trabalhos."

AGRESSÃO - Mãe e diretora contam diferentes histórias sobre a intensidade da agressão. Sueli diz que seu filho sofreu traumatismo na coluna, deslocamento da clavícula e uma fratura no tornozelo esquerdo, que agravaram sua doença, mantendo o jovem na cama até hoje.

Para Alice Gaiarsa, "o aluno levou um soco e socorremos na hora. Conversamos e ele saiu andando. Perguntamos se a mãe queria que o levássemos ao hospital, ela disse que não. Eu recomendei que não deixasse para outro dia, mas ela se negou, falou que não precisava e saiu andando."




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