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Com fim da greve, obra do CDP recomeça lenta
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
20/02/2005 | 17:24
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Os operários que trabalham na construção do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Diadema interromperam a greve e retomaram sábado pela manhã a obra, embora num ritmo lento. Eles concordaram em voltar à construção depois que os salários referentes ao mês de janeiro foram depositados. A paralisação teve início na tarde de quinta-feira e contou com a adesão de 10 dos cerca de 80 funcionários que trabalham no prédio. No entanto, a empresa contratada pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária interrompeu completamente as obras sexta-feira para evitar que mais trabalhadores aderissem ao movimento.

Sábado, um pequeno grupo de funcionários – cerca de 10 pessoas – retomou os trabalhos. De acordo com um dos operários, os salários atrasados foram depositado no fim da tarde de sexta-feira.

Em entrevista concedida ao Diário, Jorge Lopes, sócio-diretor da empreiteira SP Master, responsável pela construção do CDP de Diadema, alegou que uma fatura que deveria ter sido paga ao grupo não foi quitada. O dinheiro, de acordo com Lopes, seria destinado ao pagamento dos funcionários, que são vinculados a empreiteiras terceirizadas pela SP Master.

A paralisação vai atrasar ainda mais a entrega do centro de detenção. A inauguração que estava prevista para março pode se estender mais um trimestre. Segundo o sócio-diretor da SP Master, em uma perspectiva otimista, a entrega pode ocorrer com três meses de atraso. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, porém, não admite mudanças no cronograma.

Esta não será a primeira vez que a data de entrega é alterada. Quando as obras tiveram início, em agosto de 2003, a previsão era de que o prédio estivesse concluído exatos 12 meses depois. Em novembro do ano passado, com apenas 25% da obra concluída, a Prefeitura embargou a obra.

A justificativa do pedido foi o fato de que, quando em funcionamento, o CDP não receberia apenas os presos de Diadema, mas também das cidades no entorno. O embargo, porém, foi posteriormente negado pela 2ªVara Criminal do município. O juiz entendeu que as obras já estavam num estágio avançado para serem paralisadas.

Com tantos problemas pelo caminho, a entrega do CDP está atrasada em seis meses, a contar da primeira estimativa dada pelo Estado, e ainda há muito o que ser feito no prédio.

Quando concluído, o CDP de Diadema será o segundo centro de detenção vertical da região, com capacidade para 576 presos. O primeiro está instalado em Mauá. A entrega do prédio é necessária para amenizar o colapso no sistema carcerário da cidade, por causa da interdição da única cadeia pública de Diadema, em abril de 2004. Desde então, todos os presos do município são encaminhados para centros de detenção de cidades vizinhas.



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