O maior jogador de futebol de todos os tempos e atleta do século XX, Pelé, 66 anos, participou nesta quarta-feira de uma homenagem ao ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, 89 anos, um dos principais responsáveis por, nos anos 90, acabar com a crise racial que tomava conta do país na ocasião.

A partida, que terminou empatada por 3 a 3, foi disputada entre jogadores e ex-jogadores africanos contra outros atletas que representaram o resto do mundo O time africano foi formado por jogadores como Eto'o, Abedi Pelé (Gana) e George Weah (Libéria) e usou uniforme branco. Seu oponente contava com o francês Christian Karembeu, o zagueiro do Liverpool Leeds Lucas Radebe, nascido na África do Sul, e o dinamarquês Ruud Gullit, e usou uniforme preto.

O Rei Pelé não chegou a participar do confronto, realizado na Cidade do Cabo (estádio Newlands), mas entrou em campo e deu o pontapé inicial. Na terça, o ex-craque brasileiro havia presenteado Mandela com uma camisa com o número 89.

No estádio, Pelé foi aplaudido com entusiasmo pela platéia de milhares de fãs que compareceram, principalmente quando o ex-atacante fez embaixadinhas e brincou com uma bola que cruzou seu caminho quando ele deixava o campo.

O brasileiro marcou mais de mil gols ao longo de sua carreira de duas décadas, iniciada aos 15 anos. Aos 17, em 1958, Pelé participou de sua primeira Copa do Mundo com a Seleção Brasileira. Ele ainda contabiliza quase 100 gols em jogos internacionais.

Pelé foi a celebridade escolhida para apresentar a partida em homenagem a Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul e ganhador do prêmio Nobel da Paz.

Antes do início do jogo, o ex-atacante ajudou a segurar uma faixa estampada com o mote do evento: ‘Diga não ao racismo’ - causa principal da vida de Mandela, que lutou contra o apartheid africano.

Mais cedo, Pelé havia declarado à imprensa que estava muito honrado em participar da homenagem, dizendo ainda que tinha aprendido muitas lições de vida com Mandela.

Destacando as virtudes unificadoras do esporte que o transformou em estrela, Pelé lembrou como o Rei da Suécia veio até o campo para cumprimentá-lo e apertar sua mão no Copa de 58, quando ele tinha apenas 17 anos.

“Aquilo me fez entender o que o futebol pode fazer pelo mundo; ele une as pessoas. E foi isso que Mandela fez pelo mundo. Precisamos continuar lutando em homenagem a Mandela contra o racismo e a discriminação”, concluiu Pelé.