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Toyota segue tendência e eleva preços de carros
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
25/09/2002 | 22:57
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A Toyota aumentou os preços sugeridos do modelo nacional do Corolla em 2,5% em média por causa do repasse dos custos de produção em reais que cresceram diante da alta do dólar, argumento já apresentado por outras montadoras que anunciaram reajustes neste mês. A Toyota alega que não bastaram os esforços para nacionalização de componentes realizados para produzir o novo modelo. O índice de conteúdo nacional do Corolla, fabricado em Indaiatuba (SP), subiu 10% em relação ao conteúdo local da antiga versão do modelo, que tinha entre 60% e 70% de nacionalização.

“Apesar dos esforços da Toyota em elevar o índice de nacionalização do modelo, as variações cambiais se refletem nos preços dos componentes importados e do aço”, explicou, em nota, o diretor de marketing e vendas da Toyota do Brasil, Luiz Carlos de Andrade Junior. O modelo Corolla mais simples passa a custar R$ 34.248 e o mais sofisticado, R$ 51.043.

O presidente do Sincodives (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado de São Paulo), Octávio Leite Vallejo, entende que a manutenção do dólar no patamar atual (R$ 3,665 quarta-feira) vai forçar as empresas a repassar parte do reajuste, mas alertou para o perigo de aprofundar ainda mais a crise nas vendas. “Qualquer aumento de preços neste momento é temerário, porque houve uma queda substancial das vendas na primeira quinzena de setembro.” O aumento dos preços neste momento anula parte do desconto conquistado pelos veículos médios (de 1.0 a 2.0) com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

A GM divulgou no começo do mês um aumento de 1% a 3% sobre os preços de seus veículos para acompanhar a elevação do dólar e informou ontem que não há novos ajustes previstos por enquanto. A empresa anunciou recentemente um esforço ainda maior de nacionalização de produtos para reduzir o impacto dos componentes importados. Volkswagen, Ford e Fiat, que também reajustaram os preços em até 2% no início do mês não previam novas alterações de preço até esta quarta.

A Renault tem mantido a tabela inalterada desde a redução dos preços anunciada depois da queda do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A montadora francesa informou que embora tenha operações recentes no Brasil, consegue índice de nacionalização em torno de 80% e importa produtos prontos majoritariamente do Mercosul. Por isso, está tão sensível ao dólar quanto às montadoras tradicionais.




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