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Napster ensaia volta com download pago
Cristie Buchdid
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
14/01/2002 | 16:48
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   Quando surgiu, o Napster ajudou a popularizar uma nova moda na Internet: o compartilhamento de arquivos. O programa tornou-se uma verdadeira febre entre os internautas ávidos pela troca gratuita de músicas on-line. O sucesso foi tamanho que o Napster quase teve um triste fim. Acusado por violação dos direitos autorais pela Associação da Indústria Fonográfica Norte-americana (RIAA), o site foi bloqueado em julho de 2001. Mas nem tudo está perdido: após seis meses de reformulação, o Napster está de volta em versão beta e prepara-se para migrar para o serviço pago.

Oferecida para 20 mil beta testers, escolhidos entre 2 milhões de inscritos, a nova versão impede o compartilhamento de arquivos de músicas protegidas pela lei de direitos autorais e vai fornecer acesso a apenas 110 mil músicas de artistas independentes.

A versão final do Napster deve ser entregue até o fim de março. A empresa também pretende fechar acordos com gravadoras para aumentar a gama de serviços oferecidos. Mas, para a infelicidade dos usuários, o serviço exigirá o pagamento de uma mensalidade entre US$ 5 e US$ 10. Ao pagar a taxa, o internauta terá o direito de baixar 50 arquivos por mês.

O CEO do Napster, Konrad Hilbers, deu uma prévia de como será o programa de compartilhamento de arquivos quando seu lançamento oficial ocorrer. A versão ainda está longe do serviço final mas, como os concorrentes AOL Time Warner (parceira do MusicNet) e Yahoo! (parceiro do Pressplay) começam a oferecer seus próprios serviços, Hilbers quer ter certeza de que o Napster ainda continuará a ser o centro das atenções e tenta ressuscitar um dos serviços de maior crescimento na Web.

Diante disso, ao mesmo tempo em que precisa preservar o sabor original do Napster, que conquistou sua legião de fãs, o site – em sua nova fase – não pode desagradar as gravadoras. Em dois anos, o Napster atraiu mais de 60 milhões de usuários registrados quando era gratuito – um serviço de troca de músicas sem pagamento de licença.

Alguns analistas não acreditam que Hilbers poderá transformar o Napster em um serviço pago. “O Napster tem um imenso desafio pois, na mente do consumidor, o programa é sustentado pela música gratuita”, afirma o analista Mark Mooradian, da Jupiter Research. Hilbers revida: “Nós estamos aptos a executar o que temos dito durante um bom tempo: desenvolver um sistema seguro ponto-a-ponto. Esse foi o critério para obter licenças da indústria fonográfica.”

Ao analisar o novo Napster, descobre-se que é muito parecido com o antigo, menos nas milhões de músicas que eram oferecidas anteriormente. A companhia conservou a estrutura ponto-a-ponto que permite ao consumidor a troca de arquivos diretamente, mas adicionou uma camada de segurança para prevenir a troca de músicas não cobertas pelo serviço. O Napster também adicionou um sistema de controle que bloqueia cópias de músicas de baixa qualidade.

O software mantém a interface básica, mas elementos de design foram atualizados para parecer mais profissionais. O novo Napster também inclui um sistema básico de busca por artistas ou títulos, um player interno e um minibrowser com informações musicais.

Mas a principal mudança é a entrada do arquivo .nap, formato com o qual a maioria das músicas serão distribuídas. Esse é um arquivo seguro, que não pode ser tocado fora do player do Napster, e não pode ser movido para outros dispositivos e players MP3. Algumas gravadoras também oferecem licença de seus catálogos em formato MP3, que também estará disponível para consumidores para troca livremente.




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