Setecidades Titulo
Taí recebeu, mas sequer começou a fazer Carnaval
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
21/02/2007 | 22:37
Compartilhar notícia


A Acadêmicos do Taí não tem barracão, carnavalesco, bateria e muito menos ensaio. Como não tinha nenhum Carnaval a apresentar durante os desfiles do Grupo de Elite de São Bernardo, simplesmente não apareceu. Os R$ 41 mil de subvenção dados pela Prefeitura à agremiação foram retirados no fim de dezembro pelo presidente EdésioTeixeira Lima, o Bahia. Que sumiu.

Ele apresentou certidões negativas e outros documentos exigidos pela Prefeitura. Mas, depois de receber a verba, não cumpriu os trâmites exigidos pela União das Escolas. A casa declarada como endereço da escola foi vendida há um ano.

Membros da Taí vêem Bahia desde janeiro. Antes, ele tranqüilizava, falava que o Carnaval estava encaminhado, com tema ligada à ecologia, só faltava alugar um barracão para começar a trabalhar.

A bateria era emprestada da Gaviões do Morro. Assim como parte dos integrantes. A escola, que deu origem à competitiva São Leopoldo, tem hoje torcida diluída pelo Jordanópolis, Rudge Ramos, DER. Dela mesmo, só tem a história. Criada em 1980, oito vezes campeã como bloco, levou um título pelo grupo 2.

Bahia era ritmista e assumiu a presidência em 1997. Nos últimos três anos, sob seu comando, a escola deu vexame. Em 2005, comprou fantasias, carros e até enredo de uma agremiação de Santo André. Só se deu ao trabalho de trocar o nome da escola no samba. Seci virou Taí. No ano passado, parte das fantasias encomendadas não chegou. A escola quase foi rebaixada.

A agremiação já está suspensa por dois anos. Pelo regulamento, para voltar, teria de vir como pleiteante. Bahia pode até acabar preso se não devolver a verba.

A uruguaia Graciela Tomás, 53 anos, viu a Taí nascer. Fundadora do bloco, fez de tudo um pouco na Taí. Hoje, guarda com carinho as lembranças do tempo em que a família toda se engajava para fazer um Carnaval de primeira. O filho Marcel, 30 anos, começou com 6 e até o hoje não largou a paixão pela agremiação. “Ninguém foi ao desfile para não passar vergonha”.

O pavilhão da Taí, com um tigre bordado, foi tirado do armário na quarta-feira de cinzas. Daniela Andrade Dias, 28 anos, 11 de Taí, saiu à rua com a bandeira no ombro. E confessou: se a escola do coração acabar ou tiver de mudar de nome, o Carnaval perde a graça.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;