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Inspiração italiana

Woody Allen faz nova viagem em Para Roma, Com Amor

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
29/06/2012 | 07:11
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A Itália é a próxima parada de Woody Allen em sua trilha pela Europa. Após filmar pelas ruas da Inglaterra, Espanha e França nos últimos anos, ele prepara novas divagações sobre os relacionamentos - e, claro, suas complicações - com 'Para Roma, Com Amor', que chega hoje aos cinemas brasileiros. Ele mostra que ainda consegue criar e misturar histórias de maneira divertida, além de fazer do cenário um personagem vivo da trama.

Apesar do título das obras, não se trata de alguma espécie de comédia romântica água com açúcar repetida (com maestria) por Hollywood a todo o momento. Claro que os momentos cômicos são o forte do enredo assinado por Allen. Como já se é esperado de mais um de seus projetos, o contexto das piadas traz à tona reflexões que podem ser banais, mas que parecem ganhar maior importância e razão quando desenvolvidas em frente às câmeras.

A atração se concentra em pequenos universos espalhados pela cidade de Roma. De um lado, o casal norte-americano Jerry (papel de Allen, longe das atuações desde 'Scoop - O Grande Furo', de 2006) e Phyllis (Judy Davis) visita a capital italiana para conhecer o noivo da filha. Do outro, o arquiteto John (Alec Baldwin) tenta aproveitar as férias com grupo de turistas. Também há o núcleo comandado por Leopoldo (Roberto Benigni), trabalhador local que acaba confundido com uma celebridade e tem sua vida completamente alterada pela mídia e o curioso público.

As viagens para o Velho Continente têm sido benéficas para Allen. Em outros países, ele aproveita aberturas para lidar com a diferença de línguas e costumes em seus bem construídos roteiros. Esse processo de ‘internacionalização' também faz com que trabalhe com estrelas do calibre de Penélope Cruz, que dá vida a uma prostituta - sem contar a parceria com o sempre interessante e engraçado Benigni.

Aos 76 anos, o recluso cineasta não aparenta pensar em aposentadoria. Esse é seu 42º longa-metragem como diretor e tem mantido média impressionante de produção, lançando praticamente um filme por temporada desde o início da carreira cinematográfica na década de 1960. A última criação apresentada ao público foi o ótimo 'Meia-Noite em Paris' (que concorreu ao Oscar de melhor filme), lançado em junho do ano passado. Se continuar nesse ritmo e com a qualidade que vem apresentando, o vovô terá sempre lugar garantido na agenda dos cinéfilos.




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