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Costa fala em 'influência' do governo no preço dos remédios
Do Diário OnLine
20/12/2002 | 20:35
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O pernambucano Humberto Costa (PT), indicado por Lula para ocupar o ministério da Saúde, afirmou nesta sexta-feira que o mercado de medicamentos "tem muitas imperfeições" e indicou que o novo governo pode intervir para "influenciar" o preço dos remédios. "Podemos tomar alguma medida que impeça que o preço do medicamento dispare e gere mais dificuldade para a população."

"Podemos estabelecer uma influência sobre os preços de várias formas. Seja por uma política de controle; seja investindo na capacidade de compra do ministério, fazendo com que os preços dos remédios venham a cair; seja insistindo na capacidade de produção dos laboratórios oficiais; seja pela atuação em programas de farmácia popular", explicou Costa.

O futuro ministro relatou que ele e Antônio Palocci Filho (futuro ministro da Fazenda) estão dialogando com as indústrias farmacêuticas para evitar um reajuste de preços no final deste ano, por conta da extinção dos efeitos de uma medida provisória (MP). A gente sabe que a indústria farmacêutica tem capacidade de formação de preços, é um oligopólio. Como tal, além das imperfeições que esse mercado tem, precisa ter uma política de regulamentação de preços. Pretendemos construí-la ao longo dos primeiros três ou quatro meses."

Humberto Costa mostrou preocupação com as chances de o Brasil sofrer em 2003 com uma epidemia de dengue semelhante à registrada no começo deste ano. Ele relatou que a equipe de transição já está acompanhando as medidas tomadas pelo atual governo e avaliou que o problema deve ter menores proporções. "Minha primeira preocupação será visitar todos os Estados em que tivemos surtos significativos e discutir como o ministério poderá ajudar os Estados e municípios no combate. Não queremos discutir se o mosquito (transmissor da doença, o Aedes Aegypti) é federal, estadual ou municipal."

Ele afirmou que o governo petista não pretende extinguir programas implementados na gestão FHC, mas prometeu "alguns novos arranjos na estrutura do ministério" e atenção às prioridades do PT. "Vamos trabalhar fortemente na questão da atenção básica, de ampliação do Programa Saúde da Família. Pretendemos ainda ter um controle mais adequado das endemias. As ações não podem acontecer somente na proximidade dos meses finais, onde há a possibilidade de surtos."

O petista reconheceu "avanços importantes" no programa de combate à Aids e elogiou a política dos medicamentos genéricos. "Precisamos estimular e incentivar a produção dos laboratórios oficiais, o que permitirá que o preço do remédio tenha um peso menor que tem hoje sobre os orçamentos familiares", afirmou.




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