A Fundação Casa prometeu para a próxima semana o laudo sobre a contaminação do solo do terreno ao lado do Complexo Viário Cassaquera, em Santo André, área inicialmente apontada para construção de duas unidades para abrigar adolescentes infratores. Só após esse resultado, o governo do Estado oficializará ou não a construção dos prédios no terreno de 7.000 metros quadrados, ao lado do CDP (Centro de Detenção Provisória), na Vila Palmares. O espaço foi oferecido pela Prefeitura sob a justificativa de que a limpeza do terreno Cassaquera será muito cara e pode custar até R$ 9 milhões.

O prefeito Aidan Ravin (PTB), que já dá como certa escolha do espaço ao lado do CDP, disse, ainda, que em troca do terreno oferecido, o governo irá ceder à Prefeitura o prédio que já abrigou a Escola Estadual José do Prado Oliveira, na Sacadura Cabral. A ideia é implantar um novo colégio no local para 400 alunos.

CONTAMINAÇÃO- O grau de condenação do terreno do Cassaquera está sendo avaliado pelo Instituto Falcão Bauer, contratado pelo Estado. O espaço é um depósito de resíduos sólidos e indicou a contaminação de chumbo e arsênico no lençol freático. O terreno é mantido pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).

A escolha de uma área para instalar unidades da Fundação Casa em Santo André tem gerado polêmica nos últimos dois anos. No período, três terrenos foram cotados para receber o prédio.

Atualmente, cerca de 300 crianças e adolescentes do Grande ABC cumprem medidas socioeducativas em unidades da Fundação Casa longe de suas residências. A maioria está na Capital. A distância, além de descumprir determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), é vista por especialistas como obstáculo no processo de ressocialização.