Economia Titulo
Seminário discute o meio ambiente
Carolina Rodriguez
Da Redaçao
09/09/2000 | 16:57
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"O sucesso de uma empresa no mercado está diretamente ligado à sua relaçao com o meio ambiente." A afirmaçao é do engenheiro e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Sao Paulo (USP) responsável pela cadeira de Saneamento e Planejamento Ambiental, Carlos Celso Amaral e Silva, palestrante do Seminário de Direito Ambiental, que será realizado nos dias 11, 13, 15, 18, 20 e 22 deste mês no Fórum de Santo André.

De acordo com ele, houve uma mudança de atitude por parte do empresariado brasileiro com relaçao à questao ambiental nos últimos dez anos. Motivados pela dura legislaçao que incide sobre danos e crimes ambientais e pela própria mudança de cultura, os empresários começaram a investir em equipamentos de proteçao ambiental, um mercado que movimenta R$ 700 milhoes por ano, mas com potencial para R$ 1,2 bilhao, segundo o Sindicato Nacional das Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental.

Ainda segundo a entidade, as empresas investem em média R$ 150 milhoes por ano em proteçao, porém o necessário seria o dobro ou triplo desse valor, de R$ 300 milhoes a R$ 450 milhoes.

Mas se o ideal de investimento em proteçao ao meio ambiente é caro - o custo de um estudo ambiental chega a ser 1% do custo total de instalaçao de uma empresa no Brasil -, as puniçoes chegam a ser piores. Em alguns casos, além de multar, os fiscais chegam a paralisar a atividade da empresa. No Estado de Sao Paulo, por exemplo, depois de três reincidências de irregularidade, a empresa é interditada. "É melhor investir em prevençao do que pagar multas por poluir o meio ambiente", disse Amaral.

Além de economizar, segundo o professor, a empresa ambientalmente correta nao prejudica sua imagem no mercado. De acordo com ele, tanto os consumidores, que nao querem comprar produtos de empresas que provoquem danos ao meio ambiente, quanto os concorrentes estao atentos a este detalhe. "As informaçoes correm muito rapidamente hoje em dia e, se acontece alguma coisa, todos ficam sabendo. Nao há como encobrir. Para ganhar espaço no mercado é preciso que a empresa cuide de sua questao ambiental."

Para se prevenir de problemas como este, o professor avisa que as todas as informaçoes, desde legislaçao até puniçao, estao disponíveis na Secretaria de Meio Ambiente do Estado e nos escritórios regionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "Nao é preciso apenas instalar equipamentos de proteçao ambiental. As vezes, trocando a matéria-prima por uma outra que nao libere resíduos tóxicos o impacto é controlado. É preciso nao só mudar de atitude, mas usar a cabeça. Faz parte de um processo educacional e de cidadania."

Para o advogado e organizador do Seminário de Direito Ambiental de Santo André, Flávio Castellano, o evento é importante nao só para os empresários, mas para todos os profissionais ligados ao segmento como engenheiros, médicos, advogados e professores. "A questao ambiental está sendo bastante discutida ultimamente; as leis estao cada vez mais rígidas e as multas, por sua vez, mais pesadas. Acho que o Grande ABC estava carente de um evento sobre um assunto como este", disse Castellano.

O seminário está dividido em seis módulos - Responsabilidade Ambiental e os Crimes Ambientais, Proteçao Jurídica dos Recursos Hídricos, Gestao de Resíduos Sólidos, Administraçao de Conflitos Ambientais, Ambiente de Trabalho e Legislaçao Aplicável e Direito Urbanístico. Os debates serao realizados das 19h30 às 21h30, e as inscriçoes podem ser feitas pelos telefones: 4994-2033 / 4004-4181 ou 0800-191915. O preço por módulo é de R$ 30 e para os seis módulos é de R$ 160.




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