Apesar da suspensão da greve dos policiais civis e militares mineiros, decretada neste domingo, tropas do Exército permanecem nas ruas de Belo Horizonte e não há data para que retornem aos quartéis. As tropas federais estão à disposição do governo mineiro desde a madrugada de sábado. A greve das forças de segurança levou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), a solicitar a presença do Exército na capital mineira.

Além do contingente de Belo Horizonte, homens pertencentes às bases militares de sete cidades do Estado foram deslocados para a capital mineira. O oficial de Comunicação Social da 4ª Região Militar e da 4ª Divisão do Exército, tenente coronel Sylvio Cardoso, não divulgou o número de soldados mobilizados, alegando "uma questão estratégica".

Os policiais mineiros cruzaram os braços no final da noite de quinta-feira em protesto contra o índice de 6% de reajuste salarial fixado pelo governo do Estado. Eles pedem 54% de reajuste. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Defesa Social, o serviço dos policiais está voltando à normalidade e o número de homicídios registrado durante o último final de semana foi considerado dentro da média verificada anteriormente.

Na tarde desta segunda-feira, o general Paulo César de Castro, comandante da 4ª Divisão do Exército, esteve reunido com o governador Aécio Neves para relatar a ação do exército nos últimos dias em Minas.

Representantes das entidades de classe das polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros e agentes penitenciários percorreram, durante toda a tarde desta segunda, os quartéis e delegacias em Belo Horizonte, convocando os policiais para a assembléia conjunta da categoria que irá discutir o futuro do movimento em Minas Gerais. A assembléia está marcada para às 15 horas da próxima quarta-feira na Praça da Assembléia Legislativa do Estado.

A assessoria de imprensa do governo do Estado informou que no dia da manifestação, o governador Aécio Neves estará em Brasília, para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o vice-presidente da Aspra (Associação de Praças, Policiais e Bombeiros Militares), subtenente Luiz Gonzaga, os policiais ainda não desistiram de continuar as negociações com o governo.