O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), disse nesta quinta-feira em Salvador que os desentendimentos com o presidente Fernando Henrique Cardoso foram superados durante jantar nesta quarta em Brasília. Segundo ACM, as divergências entre os dois "nao eram tao profundas assim". "A política é a arte de se chegar a um denominador comum e o presidente Fernando Henrique Cardoso está disposto a encontrar esse denominador", disse em relaçao ao projeto que limita o uso de medidas provisórias. "Pelo seu passado democrático, acredito que queira entrar na história como o homem que, se nao extinguiu, pelo menos limitou as Mps". ACM participou hoje em Salvador da Lavagem do Bonfim.

O senador contou que foi convidado para jantar com Fernando Henrique na segunda-feira. "Reconheço que tenho a chefia de um poder, mas considero Fernando Henrique Cardoso a maior figura do país e dentro do princípio do respeito e da amizade, acredito que chegamos a um bom entendimento e da nossa parte nao há a menor dúvida de que as divergências foram superadas", repetiu, insinuando, no entanto, que muitas lideranças nao devem ter gostado desse entendimento. "Infelizmente em toda parte há pessoas que querem viver das divergências alheias e certamente vao procurar fomentar a discórdia".

Sobre as últimas medidas do governador de Sao Paulo, Mario Covas (PSDB), para proteger a indústria paulista, o senador argumentou que sao iniciativas que podem atrapalhar o processo de votaçao no Congresso, de matérias de interesse do governo, "pois acirram duas bancadas fortes como a da Bahia e a de Sao Paulo". Mas também nesse caso, ACM assegurou que o problema foi superado depois da conversa mantida, por telefone, com Covas. "Usei uma frase comum no Nordeste para quem chega à casa alheia: é de paz", brincou o senador, informando ter chamado a atençao "com jeito e educaçao" para o fato de Covas ter se referido ao governador César Borges (PFL) como um boneco de ventríloquo. "Nós até marcamos um encontro e acho que a divergência com Borges nao existe mais", disse.

Magalhaes estava particularmente bem-humorado pelos aplausos recebidos durante a caminhada do cortejo da Lavagem do Bonfim, quando testou também a popularidade do prefeito Antonio Imbassahy (PFL), candidato à reeleiçao. "A candidatura está lançada nao por mim ou pelo governador Borges, mas pelo índice de 89% de aprovaçao de sua administraçao", comentou.

ACM ironizou a participaçao do petista Luiz Inácio Lula da Silva na lavagem, fazendo campanha para o candidato do PT à prefeitura, deputado Nelson Pelegrino. "Pode ser até que ele melhore a posiçao do Pelegrino".