O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) começou quinta-feira operação de fechamento de bares que excedem a poluição sonora fora do eixo do bairro Jardim, onde há grande concentração de estabelecimentos.

A intenção do órgão agora é expandir a fiscalização para bairros considerados periféricos, dando atenção especial para os chamados botecos.

O órgão realizou quinta-feira a interdição com blocos de concreto do Bar 191, situado na rua Carijós, na Vila Alzira. De acordo com o Semasa, desde 2003 o estabelecimento vem desrespeitando a lei do silêncio, que estabelece limite de ruídos sonoros de acordo com a zona em que se localiza o bar.

No caso específico, o Bar 191 está na zona V, predominantemente comercial. A lei municipal determina que ali o limite de ruído é de 65 decibéis, das 7h às 22h, e de 55 decibéis das 22h às 7h. Segundo medição do Semasa, bandas de forró e pagode que costumavam tocar no bar ultrapassavam em muito os limites definidos, gerando diversas reclamações da vizinhança.

Desde 2003, o estabelecimento recebeu uma advertência e 11 multas com valores que somam R$ 4 mil. Além disso, já houve também apreensão de equipamentos sonoros e suspensão da atividade musical.

Às 14h de quinta-feira, um grupo formado por dez pessoas, entre funcionários do Semasa e guardas municipais, chegou ao Bar 191 para realizar a interdição.

Um caminhão carregava os blocos de concreto utilizados para lacrar todas as entradas do estabelecimento, impedindo assim a atividade comercial. Não houve resistência dos funcionários e do proprietário, Raimundo Gonçalves Queirós, 43 anos.

“O que estamos fazendo hoje não é resultado de uma irregularidade feita do dia para a noite. E sim uma medida drástica de um problema que vem se arrastando por mais de três anos e que o proprietário não tomou praticamente nenhuma providência para resolvê-lo”, afirmou o encarregado de Controle Ambiental do Semasa, Luiz Fernando Belletato.

“No início do ano concentramos os esforços no bairro Jardim, foco da maioria das reclamações da vizinhança em razão dos inúmeros bares situados na região. Agora vamos estender com maior intensidade essas operações nos demais bairros, que também sofrem com o problema”, disse Belletato.

“Sei que não sou santo, mas sou um pai de família. Não acho justo esse fechamento. Eu estava viajando e não poderia resolver a situação. Não recebi orientação correta do Semasa para regularizar tudo”, argumentou o dono do 191, apesar das diversas notificações que recebeu.

Agora, para reabrir o bar, terá de pagar as multas e cancelar a música ao vivo, ou fazer isolamento acústico do local para resguardar os vizinhos.