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Os velhos roqueiros estão de volta
Do Diário do Grande ABC
04/04/2008 | 07:10
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Ozzy Osbourne chega ao Rio e parte para a entrevista coletiva de seus shows no Brasil, no hotel que o hospedaria. O visual, bem cuidado, é todo negro, como sempre: blusa, sobretudo, unhas, óculos escuros. Mas este não é o mesmo Ozzy que veio à cidade em 1985, para o primeiro Rock in Rio, e, dez anos depois, para o festival Monsters of Rock. É um roqueiro que fala da mulher, confirma que pediu uma bicicleta ergométrica e garrafas d’água em seu camarim e se declara ‘limpo’.

 “Eu nunca tinha gravado um disco sóbrio. Tive de decidir. Se não pudesse gravar sóbrio, teria de parar, porque o álcool e as drogas estavam me matando. Foi um dos discos que mais me deram prazer”, diz o ainda Príncipe das Trevas, referindo-se ao mais recente álbum, Black Rain, lançado em 2007, que seria explorado em seus shows no Rio (ontem) e em São Paulo, no show de amanhã, no Parque Antártica, quando também se apresentam Korn e Black Label Society. Hoje, será a vez de Nando Reis e Rod Stewart subirem ao palco.

 No entanto, o ex-líder do Black Sabbath, sexagenário a partir de dezembro, passa pelos fotógrafos e faz poses debochadas com os dedos médios pra cima antes da entrevista. Em seguida, revela aos jornalistas seu ritual antes de subir ao palco: “Eu aqueço a voz, faço cinco minutos de bicicleta para mexer o corpo e depois me masturbo.”

 Ele conta que gostaria de voltar à América Latina no futuro. Quem sabe numa possível – e esperadíssima – reunião do Black Sabbath, no aniversário de 40 anos da banda, em 2009... “Eu nunca mais digo nunca. O problema é que estou longe do Black Sabbath há 30 anos e essa é uma parte sagrada da minha vida. Tenho medo de fazer um álbum que não seja tão bem aceito como os que fiz antes.”

 Aposentadoria por tempo de serviço? Que nada. “Quando eu me aposentar, estarei dentro de um caixão.”

ROD, THE MOOD

 Há um bom tempo Rod Stewart vem excursionando com o show que apresentou em New Orleans no ano passado. É um formato mais pop, que tem frustrado alguns fãs de seu coté american songbook. No show, ele não canta nada que as pessoas já não tenham ouvido antes – ao menos uma centena de vezes.

 O show de Rod é retrospectiva generosa – a bordo de sua voz única, ainda em forma – de sua carreira. Picos: a hora em que ele toca e canta ao violão a balada Dirty Old Town, de Ewan MacColl; quando faz a platéia cantar em coro Have You Ever Seen the Rain, de John Fogerty, Having a Party, de Sam Cooke, ou Folled Around and Fell in Love, de Elvin Bishop.

 Mas não se compara à eucaristia do bis, quando ele retorna com Maggie May, do disco Every Picture Tells a Story, de 1971. Nessa hora, Rod, que faz questão de se dizer escocês (na verdade é londrino; seu pai era escocês), volta a ser o ilusionista dos grandes truques do mundo pop.

Nando Reis e Rod Stewart – Hoje, 21h e 22h30, respectivamente (os portões abrem às 16h). Ingr.: R$ 180 a R$ 700. Black Label Society, Korn e Ozzy Osbourne – Amanhã, às às 19h30, 20h45 e 22h30, respectivamente, (os portões abrem às 17h). Ingr.: R$ 180 a R$ 200. No Parque Antártica – Av. Francisco Matarazzo, 1.705. Tel.: 6846-6000.



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