O bloqueio das outras três vias de acesso a Pristina foi suspenso. ``A situaçao é muito melhor que a de ontem', observou o porta-voz da OSCE (Organizaçao para a Segurança e a Cooperaçao na Europa), Sandy Blyth.

``Todas as estradas, exceto uma, estao livres', disse ele. Nebojsa Denic, 36 anos, guarda sérvio da mina de carvao de Belacevac (20 km a sudoeste de Pristina), morreu quinta nas maos de ``terroristas albaneses', segundo as autoridades sérvias.

Perto de Preoce (10 km ao sul de Pristina), o cidade natal da vítima, cerca de 50 sérvios nao-armados continuavam bloqueando o tráfego ao meio-dia desta sexta.

``Nossa açao durará até que Slobodan Milosevic (presidente iugoslavo) e Milan Milutinovic (presidente sérvio) se decidam a vir para o Kosovo para garantir nossa segurança', disse um sérvio aos jornalistas.

``O presidente (Milosevic) também tem que vir passar uma noite aqui e ver se tudo está bem na Sérvia ou na Albânia', manifestou.

Na noite de quinta fracassaram as negociaçoes entre os sérvios e Zoran Anyelkovic, chefe do Governo provisório do Kosovo, instaurado por Belgrado.

Segundo a agência oficial iugoslava Tanjug, Anyelkovic disse entender a cólera dos sérvios da regiao, ``que foram provocados por açoes criminosas' da UCK, mas destacou que o bloqueio das estradas ``nao é a forma de resolver os problemas'.

Quinta-feira, a Missao de Verificaçao (KVM) da OSCE ``condenou firmemente' esta açao sérvia. Em Pristina, o chefe moderado dos albaneses do Kosovo, Ibrahim Rugova, voltou a reinvindicar nesta sexta uma intervençao da Otan na província, onde os incidentes armados deixaram 80 mortos desde meados de dezembro, segundo balanços oficiosos.

Nesta sexta, por volta das 10h30 locais (7h30 de Brasília), três policiais sérvios foram assassinados e outros dois ficaram feridos entre Suva Reka e Malisevo, um dos redutos separatistas do Exército de Libertaçao do Kosovo (UCK), no sul da província. O ataque foi atribuído pelo Centro de Informaçao Albanês (KIC) a ``forças sérvias'. As mortes foram confirmadas pelo porta-voz da OSCE, Sandy Blyth, segundo quem outros três civis ficaram feridos.