Com as lentes direcionadas aos fenômenos sociais, Verger percorreu diversos países e formou um acervo de aproximadamente 63 mil negativos. Em 1946, chegou ao Brasil e se encantou com a Bahia, onde morou até a sua morte.

Conheceu o candomblé por meio dos amigos Jorge Amado e Carybé (1911-1997). Essa nova paixao integrou-se à sua vida e trabalho. Tornou-se babalaô e incorporou o nome Fatumbi, que significa "renascido graças ao Ifá". O Ifá é o jogo que originou os búzios.

Verger, entao, Passou a se dedicar ao estudo sobre as relaçoes e influências culturais entre o Brasil e regioes da Africa. Além disso, escreveu dezenas de livros a respeito da presença do negro em terras brasileiras, cubanas, norte-americanas, francesas e em países africanos.

Verger: Mensageiro entre Dois Mundos reconstitui os passos percorridos pelo fotógrafo. A ponte entre Bahia e Africa é revisitada, agora, pelos pés de Gilberto Gil.

Uma entrevista de Verger, filmada um dia antes de sua morte, faz parte da fita. Outros depoimentos, que enriquecem o documentário, sao de pessoas que conviveram com ele, como Jorge Amado, Jean Rouche, Mae Stella, Pai Agenor, Cid Teixeira e Zélia Gattai.

O filme mostra, também, uma das interessantes descobertas do fotógrafo em terras africanas. Os agouda, habitantes do Benin e da Nigéria, sao apresentados como a única colonizaçao de brasileiros no mundo.

Exibido pela primeira vez em 1998 no canal por assinatura GNT, Verger: Mensageiro entre Dois Mundos foi produzido em película no ano passado. Com isso participou de diversos festivais de cinema na França, Itália e Estados Unidos, entre outros países. A produçao é da Conspiraçao Filmes, Gege Produçoes e GNT/Globosat.