Trabalhadores demitidos da Volkswagen do Brasil que integram o Comitê Sindical de Empresa chegaram terça-feira, às 5h, à portaria da montadora na Via Anchieta, em São Bernardo, para montar um acampamento. Diferentemente da semana passada, eles conseguiram improvisar uma lona em um veículo estacionado no acostamento da rodovia e expuseram faixas em protesto às demissões de Rogério Romancini e Luiz Carlos da Silva, o Biro Biro.

Romancini conta que a segurança da empresa tentou impedir a presença dos trabalhadores no acostamento. A Polícia Rodoviária foi chamada, mas não retirou os sindicalistas por entender, segundo Romancini, que o ato era “pacífico”.

A segurança da Volks tentou atrapalhar o trabalho da equipe de reportagem do Diário. Três vigias se posicionaram em frente aos manifestantes e, desse modo, mesmo que não convidados, figuram em todas as fotografias.

Ao longo do dia, os trabalhadores contaram com o apoio de representantes dos servidores municipais de Santo André e de estudantes do Diretório Acadêmico da Fundação Santo André que visitaram o acampamento de beira de estrada. “Estendemos as faixas para que todos os colegas vejam nossa indignação”, disse o sindicalista demitido.

O desligamento de Romancini está agendado para quinta-feira. “Não pretendo assinar nada. Vou entrar com processo contra a demissão na Justiça do Trabalho”, avisou o sindicalista. Até o momento, ele revela que a empresa não recuou na decisão de proceder com o desligamento dos representantes dos trabalhadores. A companhia não retornou aos contatos do Diário.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Francisco Duarte de Lima, o Alemão, disse que mais uma vez não foi informado da manifestação dos colegas demitidos. Ele assegura que o sindicato está solidário e que, em reunião da diretoria executiva da entidade, foi decidido o apoio aos demitidos no que fosse necessário. A assessoria da entidade acrescentou que uma reunião com a direção da Volks foi solicitada, mas o agendamento do encontro ainda é aguardado.