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Cerca de 20% largam alfabetização antes de concluir
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
04/08/2001 | 18:24
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A introdução ao mundo da escrita e da leitura por meio do Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) pode levar de dois a nove meses, conforme o empenho do aluno. Mesmo com a facilidade – no ensino convencional, os estudos podem demorar até quatro anos – aproximadamente 20% dos estudantes deixam de lado a aprendizagem ao conseguirem obter as primeiras noções de alfabetização.

Segundo os coordenadores municipais do movimento, geralmente a desistência acontece devido à necessidade de trabalhar e em casos de mudança. Em relação à faixa etária, o maior índice fica com os idosos, seguido por adultos e adolescentes.

Por não diplomar seus estudantes, o Mova funciona apenas como o primeiro passo de uma educação completa. Depois de concluído o curso, os alunos de Santo André, São Bernardo e Mauá são encaminhados para cursos supletivos municipais de 1ª a 4ª série das prefeituras, chamados Seja (Serviço de Educação de Jovens e Adultos), Promac (Programa Municipal de Alfabetização e Cidadania) e Eja (Educação de Jovens e Adultos), respectivamente. O Promac, de São Bernardo, é o mais antigo, criado em 1993. Já Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra concluem pelo Mova os estudos até a 4ª série. Depois disso, a intenção que os alunos freqüentem os supletivos do Estado.

Para o coordenador regional, Luiz Marinho, os municípios têm autonomia para trabalhar, mas o ideal é que todos estivessem no mesmo patamar. “Nosso problema é a falta de entrosamento com o governo estadual. A partir da 5ª série, a situação fica complicada em todas as cidades”, disse.

Segundo a coordenadora de Educação de Jovens e Adultos de Ribeirão Pires, Roseli Miller, é interessante estender o trabalho do movimento para abranger os quatro anos de ensino. “Na cidade funciona porque muitos dos nossos analfabetos têm receio de freqüentar escolas. Por isso, preferem as entidades. Dessa forma, minimizamos os casos de desistência porque os estudantes se acostumam com o convívio, e aprendem sempre com o mesmo grupo”, disse.




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