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Segundos colocados em pesquisas têm táticas iguais
Juliana de Sordi Gattone
Do Diário do Grande ABC
10/09/2006 | 21:33
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Nem mesmo se pertencessem ao mesmo partido teriam tanto em comum. Esse é o caso de Geraldo Alckmin, presidenciável pelo PSDB, e Aloizio Mercadante, candidato ao governo do Estado pelo PT. Sem muitas chances de reverterem o quadro eleitoral (ambos estão em segundo lugar nas pesquisas de intenções de votos), tucano e petista recorreram ao mesmo artifício: atacar o adversário. Embora Alckmin tenha iniciado primeiro, o fato é que Mercadante não hesitou em adotar a mesma linha de conduta.

A primeira ação da campanha de Geraldo Alckmin foi atacar o PT por meio de um jingle sobre mensalão e corrupção. Temendo a rejeição dos eleitores, a coordenação tucana tomou o cuidado de não vincular o nome do presidenciável à peça publicitária. As inserções acontecem ao longo das programações de TV e rádio ou durante as propagandas dos candidatos a deputados do partido. Também estão disponíveis no site do candidato (geraldo45.org.br) em várias versões, bem como outras inserções com críticas aos petistas.

Além disso, Alckmin parece ter cedido às reivindicações do PFL, partido coligado que cobra, desde o início da campanha, um discurso mais contundente e crítico por parte do ex-governador. Agora, ao abrir o site, o eleitor é surpreendido por charges animadas do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva. Há quatro dias, o petista aparece em situações constrangedoras. Já dirigiu uma ambulância (simbolizando a máfia das Sanguessugas) e deslizou sobre um skate com um cartaz da máfia dos Vampiros. Em todas as situações, um balão de fala aparece com os seguintes dizeres: “Eu não sei de nada, não vi nada e não ouvi nada”. Sobre os desenhos, um link leva a uma reportagem sobre o assunto.

Na página do tucano também é possível acessar o Blog do Geraldo, onde os assuntos em destaque são as denúncias de corrupção contra o governo, e responder a enquetes com perguntas referentes a qualquer polêmica envolvendo o presidente.

Com menos ênfase e mais discrição, o petista manteve o espaço virtual inalterado, apenas com propostas e material de campanha, sem sequer uma menção ou crítica ao PSDB. No entanto, em resposta ao jingle de Alckmin sobre corrupção e mensalão, a coordenação da campanha estadual petista decidiu devolver na mesma moeda. Criou uma inserção comercial com a mesma comunicação visual e ritmo, mudando apenas o enfoque da crítica: segurança e educação, os dois nervos expostos das administrações tucanas.

Por sua vez, os primeiros colocados das disputas presidencial e estadual, Lula (PT) e José Serra (PSDB), respectivamente, também apresentam semelhanças. Embora não ataquem os adversários, adotam a mesma tática: ausência em debates. Afinal, para que mexer em time que está vencendo?



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